Eles eram. Setembro era o mês sete, outubro o oito, novembro
o nove e dezembro o dez – isso até janeiro e fevereiro serem inventados, no
século 8 a.C. O calendário romano original, obra do primeiro rei latino,
Rômulo, era baseado na lua e tinha 10 meses, ou 304 dias. Martius, aprilis,
maius e junius eram os primeiros, com nomes dedicados a deuses e eventos, como
o início das plantações. Os meses seguintes eram contados em latim: quintilis,
sextilis, septembre, octobre, novembre e decembre. Como o calendário seguia o
ciclo lunar, as estações do ano, ligadas ao sol, caíam em épocas diferentes.
Para minimizar o problema, o rei Numa Pompílio, que sucedeu Rômulo em 717 a.C.,
criou mais dois meses, janus e februare, para anteceder março. Janeiro,
dedicado a Jano, deus que representava entradas e saídas, se tornou o mês
número 1 para trazer bons presságios. A homenagem fez os meses de nomes numéricos
perderem o sentido. “O uso se manteve pelo costume”, diz o arqueólogo Pedro
Paulo Funari, da Unicamp. Em 45 a.C., após conhecer os métodos orientais de
determinar o tempo, o imperador Júlio César reformou novamente o calendário. A
folhinha romana se tornou solar, alinhada ao ciclo das estações, e com os 365
dias que usamos hoje. Graças à reforma, o senado escolheu quintilis para
homenagear o imperador, e o sétimo mês virou julius. Mais tarde, a mesma honra
foi concedida a Augusto, cujo nome transformou sextilis, o oitavo mês, em
agosto.
Aventuras na História n° 021
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