1989- Tropas e tanques do Exército Popular de Libertação
chinês, sob ordem do líder Deng Xiaoping, dão início à batalha de rua conhecida
como “Massacre da Praça da Paz Celestial”. Em abril, manifestações pediam
abertura política e protestavam contra a inflação, a corrupção e o nepotismo –
mais de um milhão de chineses foram às ruas. Com a visita de Mikhail Gorbachev
– visto como herói pelos manifestantes –, os protestos se tornaram diários. O
governo decreta em maio uma lei para colocar fim ao movimento, mas a medida
culmina no massacre. Não se sabe o número exato de mortes, que varia de
centenas a milhares. Dia 4, em Pequim.
Eu me lembro"Era correspondente na China e acompanhava todos os dias as manifestações. Minhas filhas estudavam em universidades de Pequim e eram minhas ‘informantes’. Estive na praça no dia do massacre e lembro das barricadas humanas tentando impedir a passagem dos tanques e carros blindados. Hoje, após 16 anos, acredito que os chineses já absorveram o acontecido. Muitas reivindicações acabaram atendidas pelo atual processo de abertura do país."
Jayme Martins, jornalista, morou na China por mais de 20 anos
510 a. C.- Como
consequência das lutas entre patrícios e plebeus, a república romana substitui
a monarquia e os aristocratas recuperam o poder perdido com a intervenção dos
reis etruscos. Com o passar dos séculos, a plebe conquistou mais participação,
democratizando a república, que ficou semelhante à de Atenas. Dia 14, em Roma.
455- Após formar o
Reino Vândalo no Império Romano do Ocidente, construir uma poderosa frota e
ocupar Córsega e Sardenha, Genserico, o rei dos Vândalos, conquista Roma. A
cidade é saqueada por 14 dias e a imperatriz e suas filhas são capturadas. Dia
12, em Roma.
1094- D. Rodrigo Diaz
de Vivar, conhecido como El Cid Campeador, entra em Valência, na Espanha, após
17 meses e meio de sítio ordenado pelos mouros. Ele rende os muçulmanos e toma
posse do governo da cidade, prometendo a todos – em particular aos árabes – que
ninguém seria escravizado. A presença de El Cid traz para o Mediterrâneo a
língua castelhana, considerada interiorana. Dia 15, em Valência.
1519- Depois da publicação das 95 teses de Martinho Lutero,
em Wittemberg, ocorre desse dia até 16 de julho uma discussão teológica na
Alemanha, entre o doutor católico Johann Eck e o protestante Carlstadt. Lutero
cavalgou cerca de 60 quilômetros para chegar à cidade e participar do debate. Dia
27, em Leipzig.
1633- De joelhos, com
a mão sobre a Bíblia, Galileu Galilei recita, perante o Tribunal da Santa
Inquisição – que o havia condenado –, sua renúncia à crença de Copérnico de que
a Terra gira em torno do Sol. Galileu foi submetido ainda à prisão domiciliar
perpétua e obrigado a repetir por três anos salmos penitenciais. Após a
renúncia, murmurou: “E no entanto, ela (a Terra) se move”. Dia 22, em Roma.
Eu me lembro"Por ter sido ordenado, por este Conselho, a abandonar completamente a falsa opinião que mantém que o Sol é o centro e é imóvel, e proibido de (...) ensinar a referida falsa doutrina (...), com sinceridade de coração e fé genuína, eu abjuro, maldigo e rejeito os referidos erros e heresias, e, de modo geral, todos os outros erros e seitas contrários à referida Santa Igreja."
Galileu Galileu, trecho da declaração de renúncia, lida no Tribunal da Inquisição
1968- Acontece no
centro da capital carioca a “Passeata dos 100 Mil”, uma das mais expressivas
manifestações contra o regime militar. Com permissão do governo estadual, que
decretou ponto facultativo na cidade, o protesto dos estudantes levou também
para as ruas artistas, intelectuais e trabalhadores – o movimento estudantil
foi a principal forma de oposição à ditadura. Dia 26, no Rio de Janeiro.
Eu me lembro"Tinha 18 anos e havia acabado de chegar ao Rio de Janeiro para cursar Direito. Logo participava da dissidência comunista. No dia da passeata, fui incumbido de fazer a segurança do líder estudantil Vladimir Palmeira. Cheguei atrasado e a multidão me impediu de cumprir a missão. Mas participei da passeata, pois sabia que não haveria repressão. Foi um momento feliz, em que pensávamos ter conseguido dar um grande passo contra a ditadura. Não imaginava o terror que seria o AI-5."
Augusto Nunes, colunista do Jornal do Brasil
Aventuras na História n° 022
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