A Igreja
Católica já teve três papas africanos. Vítor I (189-198), Melquíades (311-314)
e Gelásio I (492-496) assumiram numa época de relações estreitas entre a Igreja
e o Oriente. Alexandria, Cartago e Hipona eram cidades-chave para o domínio
cristão – e cargos relevantes foram destinados a homens dessas regiões. “Até o
século 5, houve um forte intercâmbio entre a Itália e o norte da África”, diz o
bispo gaúcho Zeno Hastenteufel, especialista em história da Igreja. “Mas,
embora fossem africanos, os papas não eram negros.” Devido à mistura de raças
na região, é mais provável que eles fossem mestiços – pardos, num termo usado
hoje. A confirmação é difícil, pois não há referências da época. “Os primeiros
papas só foram retratados séculos depois, em imagens que não passam de uma
representação simbólica”, diz o teólogo Fernando Altemeyer, da PUC de São
Paulo.
Aventuras na História n° 022
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