Cláudia de Castro Lima
Todo mundo sabe que Ludwig van Beethoven foi um dos maiores
compositores de todos os tempos. Também não é novidade que ele tenha superado
problemas como a surdez e a depressão para deixar um legado impressionante. Mas
o que deve soar como uma nova sinfonia é a admiração que o compositor nutria
por Napoleão Bonaparte – a ponto de dedicar a ele uma de suas principais obras.
Provavelmente em 1802, ao terminar a Terceira Sinfonia,
conhecida hoje como Eroica, Beethoven colocou-lhe o título de Buonaparte,
seguido do subtítulo “para celebrar a memória de um grande homem”. O nome
permaneceu até 1804, quando Napoleão coroou a si mesmo diante do papa provocando
um acesso de fúria em Beethoven, que achou aquilo um ato de tirania. O músico
arrancou o nome de Napoleão do topo da partitura, rasgou o papel em dois e o
jogou no chão. Depois, rasurou o título da folha de rosto da obra.Como mostra a biografia Beethoven: a Música e a Vida, do musicólogo americano Lewis Lockwood, recém-lançada em português, o compositor nutria uma admiração por Napoleão Bonaparte mais por sua vida que por suas conquistas. “Assim como ele próprio, Napoleão tinha origens humildes e conseguira ascender graças ao talento”, afirma Lockwood.
Aventuras na História n° 018
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