A toxina botolínica tipo A (nome científico do produto
comercializado com a marca Botox) paralisa parcialmente os músculos do rosto,
impedindo sua contração. "Isso acontece porque a substância bloqueia a
transmissão de impulsos nervosos para as fibras musculares. O resultado é um
relaxamento delas que atenua os movimentos em 80% - o suficiente para fazer as
rugas sumirem sem a pessoa perder suas expressões faciais", afirma o
cirurgião plástico Fausto Viterbo, da Universidade Estadual de São Paulo
(Unesp). O efeito, porém, só dura de três a quatro meses e isso faz com que a
toxina seja reaplicada seguidas vezes. Existem, por isso, profissionais que se
recusam a usar o produto em seus pacientes, acreditando que doses repetidas
dessa paralisia forçada possam, a longo prazo, atrofiar os músculos. "É
verdade que ninguém sabe ao certo quais
as conseqüências do uso do Botox em dez anos, já que se trata de uma novidade.
Mas a atrofia de um músculo que causa rugas e não
tem outra utilidade pode ser exatamente o objetivo de quem procura as
aplicações", afirma Wandir Schiozer, também cirurgião plástico, da
Universidade de São Paulo (USP).
Revista Mundo Estranho Edição 5/ 2002
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