Na verdade, é o anestesista quem mantém vigilância sobre a respiração, os batimentos cardíacos, a temperatura, a hidratação e a pressão arterial, entre outras funções vitais, tornando-se indispensável na sala cirúrgica. Além disso, ele tem que estar pronto para aplicar novas doses da anestesia se a cirurgia precisar ser prolongada além do previsto", afirma Ricardo Vieira, anestesiologista do Instituto do Coração (Incor), em São Paulo. A anestesia geral é inalada pelo paciente ou injetada diretamente na corrente sanguínea. Quando ela chega ao córtex (região do cérebro responsável pela sensibilidade e pelos movimentos do corpo), bloqueia temporariamente seu funcionamento. As anestesias locais, por sua vez, se dividem em três tipos: bloqueios tronculares (injetados perto dos nervos que recebem impulsos de dor naquela região específica), raquianestesia e peridural (injetadas na região lombar, onde se concentram os nervos responsáveis pelo movimento e pela sensibilidade dos membros inferiores.
Nocaute químico A anestesia geral deixa o
paciente imóvel e sem nenhuma sensibilidade
1. Existem dois tipos
de anestesia geral - inalatória e intravenosa -, com uma diferença básica: a
forma de aplicação. Ambos usam um coquetel de substâncias hipnóticas (que fazem
o paciente dormir), analgésicas (que bloqueiam a dor) e relaxantes musculares.
Com a máscara de inalação, elas são absorvidas pelos pulmões e vão diretamente
ao sangue.2. A corrente sanguínea leva a anestesia para o córtex (região do cérebro responsável pelos cinco sentidos e pelos movimentos físicos), bloqueando suas funções. No caso da anestesia geral intravenosa (injetada diretamente no sangue), o efeito é mais rápido.
Comunicação interrompida Existem três tipos de anestesia local, dois deles para a metade inferior do corpo.
1. Bloqueio Troncular
A anestesia é
aplicada perto dos nervos (mas jamais diretamente neles) ou junto dos chamados
plexos: redes formadas pelas ramificações nervosas. Se ela for injetada, por
exemplo, no plexo braquial (rede nervosa dos braços), todos os nervos menores
que saem desse plexo também são imobilizados - desde o ombro até a ponta dos
dedos.
2. Raquianestesia
Também conhecida como
"raqui", recorre-se a ela quando é preciso anestesiar o corpo da
cintura para baixo. Sua vantagem é necessitar de menos medicamento, já que a
aplicação é feita diretamente no líquor (o líquido no interior da medula, que
banha todo o sistema nervoso). Mas, por ser injetada em local tão delicado, ela
só pode ser aplicada uma única vez por cirurgia. Por isso, os médicos têm de
completar seu trabalho em quatro horas, o tempo de duração do efeito anestésico.
3. Peridural
O terceiro tipo de
anestesia local também é usado para cirurgias abaixo da cintura, mas a agulha
pára um pouco antes da raqui (acima) - sem atingir o líquor, ficando na
periferia da medula (daí seu nome). A anestesia é absorvida aos poucos pela
membrana que protege o sistema nervoso central: a duramáter. Ao contrário da
raqui, possibilita a colocação de um catéter, por onde mais anestesia pode ser
aplicada.
Revista Mundo Estranho Edição 5/ 2002
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