Existem sim, mas são casos raríssimos. Trata-se de uma
questão genética. Como aprendemos nas aulas de biologia, nós, seres humanos,
possuímos dois cromossomos sexuais. Nas mulheres, ambos são do tipo chamado X.
Já os homens têm um X e um Y. Na fecundação, portanto, sempre ocorre a união de
um cromossomo X, que vem da mãe, com um X ou Y do pai (é o que determina se a
criança nascerá menino ou menina). A hemofilia - doença hereditária que provoca
hemorragias prolongadas - ocorre quando há uma alteração no cromossomo materno,
fazendo com que a mulher seja, portanto, a transmissora da doença. "Para
que uma menina nasça hemofílica é
necessário que a mãe seja portadora de um cromossomo deficiente e o pai
hemofílico também possua o X alterado.
Por isso, a probabilidade é tão pequena", afirma o
hematologista José dos Santos Quintão, do Hospital de Clínicas de Belo
Horizonte. Sempre que houver histórico de hemofilia na família, torna-se
fundamental um aconselhamento genético como medida de prevenção. Se uma menina
for diagnosticada hemofílica na infância, deve-se fazer um acompanhamento
intenso, principalmente na época da primeira menstruação. Qualquer sangramento
pode ser fatal. Hoje em dia, existem medicamentos industrializados que suprem,
nos hemofílicos, a falta do chamado fator 8, responsável pela coagulação do
sangue. "As perigosas transfusões de sangue não são mais usadas e esse
medicamento é garantido pelo governo", diz José.
Revista Mundo Estranho Edição 5/ 2002
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