É difícil dizer com certeza - o que é bem razoável em se
tratando de uma sociedade secreta. Na versão do historiador americano Norman
Lewis, em seu livro A Máfia por Dentro (Civilização Brasileira, 1967), a
confraria surgiu no século IX, quando os normandos dominaram os sarracenos,
muçulmanos que viviam na Sicília. Sem terras, muitos deles tornaram-se servos.
Outros refugiaram-se nas montanhas e passaram para a clandestinidade, na
tentativa de se organizar para resistir à dominação. Assim teria nascido a máfia
(refúgio, em árabe), que tinha como propósito principal criar laços de família
baseados no legado siciliano de fidelidade, honra e vingança. "A tradição
foi retomada no fim do século XIX", diz o historiador Osvaldo Coggiola, da
Universidade de São Paulo (USP). Começa aí a parte cinematográfica da história.
Mafiosos da região oeste da Sicília assumem o controle de quase toda a economia
local.
Depois, nos anos 20,
o regime fascista de Benito Mussolini prende milhares de integrantes dessas
organizações, abalando seu poder paralelo. Com a vitória dos Aliados na Segunda
Guerra Mundial, todos são libertados. Enquanto isso, a América vive a era dos
gângsteres. Mais tarde, acontece a expansão das famílias no mundo dos cassinos.
E até hoje, apesar de muito combatida, a máfia italiana resiste, com negócios e
conexões em praticamente todo o mundo. Secretamente, é claro.
Revista Mundo Estranho Edição 5/ 2002
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