Em 1495, em sua segunda viagem à América, Colombo encontrou,
na pequena ilha Martinica, alguns corpos despedaçados. Eram os restos de um
festim antropofágico realizado dias antes. Foi assim que um europeu viu, pela
primeira vez, a antropofagia americana, praticada por vários povos indígenas.
Com o sucesso dos relatos do alemão Hans Staden, que viveu de 1553 a 1555 com
os tupinambás e foi quase devorado por eles, a imaginação européia deslocou o
ritual para o Sul e, em meados do século 16, já o identificava com o Brasil.
Os tupinambás habitavam o litoral desde o Pará até São
Paulo. No atual Sudeste, aliaram-se aos franceses que perambulavam pela costa
para guerrear contra portugueses e tupiniquins. Nas lutas, os tupinambás
transformavam em iguarias os índios, mamelucos e brancos que capturavam. Para
os nativos, ser comido era uma honra reservada a guerreiros. Aos olhos
europeus, nada poderia ser tão diabólico.
Aventuras na História n° 018
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