Aquele que não se manifesta contra uma atitude concorda com
ela. Desde o século 13, este é o significado da máxima “quem cala, consente”.
Presente em várias línguas, como o inglês (“Silence gives consent”) e o
espanhol (“Quien calla otorga”), a expressão foi cunhada por Bonifácio VIII,
papa entre 1294 e 1303, em uma de suas decretais.
As decretais eram cartas dos papas medievais em resposta a
consultas populares. “O que o líder do clero decidia acabava virando lei”,
afirma Ricardo da Costa, professor de História Medieval da Universidade Federal
do Espírito Santo. “Era uma das formas de o direito canônico combater as leis
orais, baseadas em tradições e superstições.”Por causa de suas bulas e decretais, Bonifácio VIII foi sequestrado e morto a mando de Filipe IV, o Belo. O rei da França não concordava com as idéias de Bonifácio, que isentou a Igreja de impostos e declarou o poder dos papas superior ao dos reis. Com sua queda, a Igreja teve que se calar e consentir a retomada de poder da monarquia.
Aventuras na História n° 018
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