Álvaro Silva
Dez grandes elos da corrente evolutiva.
Os homens modernos surgiram há 200 mil anos. Durante 98%
desse período, nós, os Homo sapiens, convivemos com várias outras espécies de
humanos. Vestígios da nossa origem e da extinção dessas espécies aparecem desde
a Antiguidade, mas somente a partir do século 19 começaram a fazer sentido para
a humanidade.
1848 - Neandertal sem nome
O primeiro crânio intermediário entre o macaco e o homem foi
achado na pedreira de um presídio de Gibraltar, administrado pelo inglês
Frederick Brome. Ele colecionava ossadas e obrigava os detentos a procurá-las.
1856 - Agora sim, o Neandertal
Antes que o crânio de Gilbraltar fosse analisado, uma ossada
parecida, de 70 mil anos, foi achada por mineiros em uma caverna no Vale do
Neander, Alemanha. O antropólogo Johann Fuhlrott concluiu que era um velho Homo
sapiens e o batizou com o nome do vale. Ainda hoje, porém, a classificação do
neandertal como um Homo sapiens é discutida.
1891 - O primeiro Homo erectus
Médico fascinado pela teoria da evolução de Darwin, Eugene
Dubois encontrou na Indonésia o elo perdido entre o Neandertal e o Homo
sapiens: o Homo erectus, ancestral das duas espécies que viveu entre 1,6 milhão
e 250 mil anos atrás.
1924 - A Criança de Taung
Quando pesquisava com seus alunos na região de Taung, África
do Sul, o professor de anatomia Raymond Dart encontrou uma ossada mais antiga
que a de Dubois, com 2,5 milhões de anos. Era Australopithecus africanus, com 4
anos de idade. O achado ajudou a comunidade científica a aceitar a teoria da
evolução: Darwin havia postulado a origem do homem na África.
1960 - O elo perdido: Homo habilis
Também estava na África o elo entre o Australopithecus
africanus e o Homo erectus. Ele foi achado pelo casal Louis e Mary Leakey na
Tanzânia. Era parecido como o Homo erectus, mas andava curvado, como o
Australopithecus.
1973 - Lucy e sua família
Na Etiópia, uma equipe internacional, chefiada pelo
americano Donald Johanson, encontrou 13 vestígios de indivíduos anteriores ao
Australopithecus de Dart, aclamados como “a primeira família”. A espécie, que
teria vivido entre 3,9 e 2,9 milhões de anos atrás, foi catalogada como
Australopithecus afarensis. E a ossada mais completa (40% de um esqueleto)
recebeu nome de gente: Lucy.
1997 - Luzia, a vovó da América
O crânio do mais antigo Homo sapiens da América, com 11 mil
anos, foi descoberto na década de 70 em Lagoa Santa (MG), mas passou duas
décadas guardado em um armário. Em 1997, depois de reconstituir o rosto do
ancestral, o brasileiro Walter Neves concluiu que os primeiros americanos
tinham traços negróides, mais parecidos com africanos ou australianos do que
com os índios.
2000 - O primeiro migrante
No fim do século que consagrou a teoria de Darwin, apareceu
em ruínas medievais da Geórgia o crânio mais antigo de um ancestral fora da
África. Ele teria vivido há 1,7 milhão de anos, contemporâneo do
Australopithecus e do Homo habilis.
2002 - Os mais antigos
Ainda em 2000, foi encontrado no Quênia uma ossada de 6
milhões de anos. O pesquisadores anunciaram que a velha Lucy de Johanson, até
então o mais antigo ancestral, perdia seu trono. Dois anos depois, mais uma
grande descoberta. Michel Brunet encontrou no Chade um crânio de 7 milhões de
anos. Era o Sahelanthropus tchandensis.
2004 - Nosso primo hobbit
A descoberta de outra espécie do gênero humano aconteceu há
três meses, na Indonésia. Descendente do Homo erectus assim como o Homo
sapiens, o Homo floresiensis tinha um metro de altura e cérebro do tamanho de
uma maçã. Por isso, foi logo comparado aos hobbits de O Senhor dos Anéis.
Aventuras na História n° 018
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