quarta-feira, 25 de abril de 2012

Em busca da origem humana


Álvaro Silva

Dez grandes elos da corrente evolutiva.
Os homens modernos surgiram há 200 mil anos. Durante 98% desse período, nós, os Homo sapiens, convivemos com várias outras espécies de humanos. Vestígios da nossa origem e da extinção dessas espécies aparecem desde a Antiguidade, mas somente a partir do século 19 começaram a fazer sentido para a humanidade.

1848 - Neandertal sem nome
O primeiro crânio intermediário entre o macaco e o homem foi achado na pedreira de um presídio de Gibraltar, administrado pelo inglês Frederick Brome. Ele colecionava ossadas e obrigava os detentos a procurá-las.

1856 - Agora sim, o Neandertal
Antes que o crânio de Gilbraltar fosse analisado, uma ossada parecida, de 70 mil anos, foi achada por mineiros em uma caverna no Vale do Neander, Alemanha. O antropólogo Johann Fuhlrott concluiu que era um velho Homo sapiens e o batizou com o nome do vale. Ainda hoje, porém, a classificação do neandertal como um Homo sapiens é discutida.

1891 - O primeiro Homo erectus
Médico fascinado pela teoria da evolução de Darwin, Eugene Dubois encontrou na Indonésia o elo perdido entre o Neandertal e o Homo sapiens: o Homo erectus, ancestral das duas espécies que viveu entre 1,6 milhão e 250 mil anos atrás.

1924 - A Criança de Taung
Quando pesquisava com seus alunos na região de Taung, África do Sul, o professor de anatomia Raymond Dart encontrou uma ossada mais antiga que a de Dubois, com 2,5 milhões de anos. Era Australopithecus africanus, com 4 anos de idade. O achado ajudou a comunidade científica a aceitar a teoria da evolução: Darwin havia postulado a origem do homem na África.

1960 - O elo perdido: Homo habilis
Também estava na África o elo entre o Australopithecus africanus e o Homo erectus. Ele foi achado pelo casal Louis e Mary Leakey na Tanzânia. Era parecido como o Homo erectus, mas andava curvado, como o Australopithecus.

1973 - Lucy e sua família
Na Etiópia, uma equipe internacional, chefiada pelo americano Donald Johanson, encontrou 13 vestígios de indivíduos anteriores ao Australopithecus de Dart, aclamados como “a primeira família”. A espécie, que teria vivido entre 3,9 e 2,9 milhões de anos atrás, foi catalogada como Australopithecus afarensis. E a ossada mais completa (40% de um esqueleto) recebeu nome de gente: Lucy.

1997 - Luzia, a vovó da América
O crânio do mais antigo Homo sapiens da América, com 11 mil anos, foi descoberto na década de 70 em Lagoa Santa (MG), mas passou duas décadas guardado em um armário. Em 1997, depois de reconstituir o rosto do ancestral, o brasileiro Walter Neves concluiu que os primeiros americanos tinham traços negróides, mais parecidos com africanos ou australianos do que com os índios.

2000 - O primeiro migrante
No fim do século que consagrou a teoria de Darwin, apareceu em ruínas medievais da Geórgia o crânio mais antigo de um ancestral fora da África. Ele teria vivido há 1,7 milhão de anos, contemporâneo do Australopithecus e do Homo habilis.

2002 - Os mais antigos
Ainda em 2000, foi encontrado no Quênia uma ossada de 6 milhões de anos. O pesquisadores anunciaram que a velha Lucy de Johanson, até então o mais antigo ancestral, perdia seu trono. Dois anos depois, mais uma grande descoberta. Michel Brunet encontrou no Chade um crânio de 7 milhões de anos. Era o Sahelanthropus tchandensis.

2004 - Nosso primo hobbit
A descoberta de outra espécie do gênero humano aconteceu há três meses, na Indonésia. Descendente do Homo erectus assim como o Homo sapiens, o Homo floresiensis tinha um metro de altura e cérebro do tamanho de uma maçã. Por isso, foi logo comparado aos hobbits de O Senhor dos Anéis.

Aventuras na História n° 018

Nenhum comentário:

Postar um comentário