O sistema de segurança acaba fracassando por causa de um detalhe curiosíssimo: com suas antenas, os besouros acariciam os carcereiros que, em retribuição, acabam alimentando o inimigo com gotas de mel. Essa singular interação entre as abelhas e seus parasitas foi descoberta recentemente pelo entomologista Randall Hepburn, da Universidade Rhodes, em Grahamstown, na África do Sul. Para observá-los, ele construiu uma colméia transparente e instalou microcâmeras em seu interior. "Na verdade, trata-se de uma espécie de mimetismo: por meio desse contato, os besouros enganam os sentinelas, fazendo-os acreditar que eles também são abelhas. Com essa artimanha, os invasores podem ficar meses na colméia, até a dominarem por completo", afirma Hepburn.
Guerra suja na colméia Besourinho malandro engana as donas da casa.
1. Como a carapaça do pequenino besouro sul-africano é dura demais para o ferrão das abelhas, elas não conseguem conter a invasão da colmeia.
2. As abelhas tentam defender seu ninho aprisionando os invasores em pequenas celas de resina vegetal. Para evitar que os besouros escapem, algumas abelhas montam guarda junto às celas.
3. Como um incrível gesto de suborno, os besouros usam suas antenas para acariciar os carcereiros.
4. Essas carícias fazem os carcereiros pensar que os prisioneiros também são abelhas. Resultado: eles regurgitam gotas de mel para alimentar o inimigo, que, com o tempo, pode acabar dominando toda a colmeia.
Revista Mundo Estranho Edição 5/ 2002
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