quarta-feira, 25 de abril de 2012

Museu Imperial da Guerra


Dennis Barbosa

Em 1917, antes do fim da Primeira Guerra Mundial, o governo britânico decidiu criar um museu para exibir as histórias e o material relativo ao conflito. O Imperial War Museum foi inaugurado em 1920 pelo rei George V, dentro do Crystal Palace, edifício construído para a Exposição Universal de 1851. Em 1936, após mudar duas vezes de endereço, ele finalmente foi instalado em seu prédio atual, um antigo hospício concluído em 1815.
Hoje, com o acervo expandido de acordo com as guerras do século 20, o museu conta com uma coleção ímpar de equipamentos militares sobretudo da Segunda Guerra, e até um acervo de obras de arte sobre o tema. A área de visitação é dividida cronologicamente, mas há salões específicos sobre o Holocausto e a prática da espionagem. O visitante pode ainda participar de simulações que recriam um bombardeio nazista sobre Londres e uma trincheira britânica da Primeira Guerra.
O Museu Imperial da Guerra organiza mostras especiais temáticas e disponibiliza ao público arquivos com 14 mil documentos, 100 mil livros, 10 mil horas de filmes e 36 mil horas de gravações sonoras. Tem também uma das maiores coleções especializadas de fotografias do mundo: são mais de 6 milhões de imagens de guerra.

Brinquedos assassinos
Os artefatos que decidiram à força o rumo do século 20.

1. Trincheiras- cidades
Para não se confundirem entre as vielas das trincheiras durante os intermináveis combates, os soldados da Primeira Guerra nomeavam os locais como se fossem ruas de cidades. Dezenas dessas placas estão no museu, mostrando a dose de ironia dos soldados: algumas ruas têm nomes como “Esquina do Suicídio” e “Vale da Morte”.

2 Águia da Reichskanzlerei
Esta águia de bronze foi arrancada pelos soviéticos da chancelaria de Adolf Hitler durante a tomada de Berlim. Os buracos de bala são vestígios da batalha final que as tropas de Stálin travaram para subjugar definitivamente a capital alemã, em 1945. Um oficial da URSS presenteou a peça aos ingleses em 1946.

3. Farda de Brejnev
Dentre as mais de 30 fardas expostas, esta é a que pertenceu ao mais importante personagem histórico. Trata-se do uniforme de marechal soviético usado por Leonid Brejnev, líder da URSS entre 1964 e 1982. Ele foi comprado de um ex- serviçal doméstico do mandatário, em 1995, e doado ao museu meses depois.

4. O temido T34/85
O T34 foi o principal modelo de tanque usado pelos soviéticos durante a Segunda Guerra para conter os Panzer alemães. Tinha motor a diesel – e assim uma autonomia maior que a dos tanques alemães – e uma blindagem inclinada, que o deixava bem mais resistente que os adversários. A URSS produziu quase 40 mil tanques T34 durante a guerra. O modelo se mostrou tão eficiente que continuou sendo usado até a década de 60.

5. V2, o primeiro foguete espacial
O foguete alemão V2 foi o primeiro objeto construído pelo homem que conseguiu alcançar o espaço. Para sorte dos Aliados, este precursor das viagens espaciais, que alcançava até 160 quilômetros de altitude, estreou somente no fim da Segunda Guerra, em setembro de 1944, contra a Paris libertada dos nazistas. Demonstrada sua eficiência, os alemães despejaram mais mil V2 sobre a Grã-Bretanha e outros 1800 sobre a Bélgica.

6. Mark V, o tanque pioneiro
A dificuldade em ultrapassar trincheiras e barreiras de arame farpado estimulou o aperfeiçoamento dos tanques durante a Primeira Guerra. Os primeiros modelos não tinham mecânica confiável e sua ação durante essa guerra acabou sendo limitada. O modelo britânico Mark V foi introduzido em 1918, já com novidades como um novo sistema de transmissão e freios que permitiam que fosse pilotado por apenas um condutor.

7. Avião do vice  nazista
Em maio de 1941, o vice de Adolf Hitler, Rudolf Hess, pegou escondido um avião Messerschmitt BF-110 e saltou sobre o Reino Unido para tentar negociar a paz com políticos locais. Enfurecido com a traição, o Führer declarou Hess louco. Condenado à prisão perpétua, o vice cumpriu a pena em Berlim, onde morreu em 1987. O museu guarda o motor e parte da carcaça do avião usado na fracassada missão.

8. Menino mau
Esta cápsula da bomba atômica Little Boy é idêntica à usada sobre Hiroshima em 6 de agosto de 1945. O modelo ainda não havia sido testado, mas se provou eficiente, destruindo 68 mil das 90 mil construções da cidade japonesa. Estima-se que a explosão tenha matado 70 mil pessoas, deixando outras 70 mil feridas.

9. Codificadora Geheimschreiber
Durante a Segunda Guerra Mundial, os alemães desenvolveram diferentes máquinas de comunicação em código. Além da clássica  Enigma, foi empregada esta Geheimschreiber, da Siemens & Halske, mais avançada e usada principalmente em quartéis-generais. A complexidade de seus códigos era tal que os britânicos tiveram de desenvolver uma espécie de computador primitivo para decifrá-los.

10. Caça a jato He162
No fim da Segunda Guerra, numa desesperada tentativa de conter o avanço aliado, os nazistas abriram concorrência para compra de um modelo de caça a jato que pudesse ser desenvolvido em 90 dias. A Heinkel, que em 1939 criara o primeiro caça a jato da história, venceu a disputa com o HE162. Trezentos deles chegaram a ser fabricados, mas, com a rendição alemã, nunca entraram em combate.


Aventuras na História n° 018

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