terça-feira, 29 de janeiro de 2013

A ira irlandesa em filme

Cíntia Cristina da Silva

Filme narra a luta da Irlanda contra a dominação britânica.
O envolvimento de um médico na luta pela independência da Irlanda e sua filiação ao Exército Republicano Irlandês, o IRA, são o mote de The Wind that Shakes the Barley (“O vento que balança a cevada”, em tradução literal), que estréia no Brasil em janeiro. O filme causou controvérsia ao mostrar a brutalidade do Exército inglês. Críticos britânicos mais exaltados o consideraram um elogio ao IRA.
Na verdade, a história do personagem principal funciona como um prólogo para a compreensão dos eventos que tornaram a República   da Irlanda cenário de uma guerra civil entre católicos e protestantes no século 20 – conflito que começou bem antes, no século 16, com a criação da Igreja Anglicana. Os católicos, apesar de maioria, passaram a ser perseguidos e a ter suas terras expropriadas em benefício dos protestantes, que contavam com o apoio da coroa inglesa.
O filme também mostra a virulência com a qual – finda a ocupação inglesa selada com a assinatura de um acordo – os irlandeses começaram a se atacar mutuamente. Ex- companheiros  contra o império, agora se dividiam entre os que queriam a total independência da Inglaterra e os que apoiavam o acordo que mantinha a Irlanda sob o domínio britânico. E a guerra entre eles foi tão sangrenta quanto o combate contra o inimigo estrangeiro. Deflagrado nessa época, o conflito entre católicos e protestantes se arrastou até um acordo de paz em 1998.

Aventuras na História n° 040

Nenhum comentário:

Postar um comentário