Shirley Paradizo
Por aqui, não existe uma força especial unificada como nos
Estados Unidos, mas diversos grupos são treinados para atuar em situações
arriscadas. A maioria se concentra no Rio de Janeiro e em São Paulo, estados
que possuem polícias mais bem aparelhadas e altos índices de criminalidade, o
que aumenta a necessidade desse tipo de batalhão. "Equipes especiais, que
podem ser subordinadas tanto à Polícia Militar quanto à Civil de cada estado,
começaram a surgir na década de 80 com o crescimento da violência urbana",
diz o jornalista e escritor Percival de Souza, especialista em criminologia. Já
a SWAT - um departamento da polícia americana cuja sigla significa Special
Weapons and Tactics, ou "Armas e Táticas Especiais" - nasceu na
década de 60 por causa do aumento de mortes em roubos com reféns, sequestros e
ações terroristas."Os americanos perceberam que várias baixas seriam evitadas se os policiais tivessem treinamento para esse tipo de situação", afirma o instrutor de arte marcial Marcos do Val, do Centro Avançado em Técnicas (CATI), grupo brasileiro que já treinou membros da SWAT. No começo, essa famosa polícia americana, que agora faz sucesso até no cinema, era composta por pequenos times de ex- militares, chamados apenas em emergências. A partir de 1971, o grupo ganhou uma base fixa em Los Angeles, na Califórnia, e passou a ser considerado uma força federal com poder para agir em todo o país. Na mesma década, várias unidades começaram a se formar em outros estados, reunindo equipes de cerca de 60 integrantes. No Brasil, as polícias especializadas contam com 15 a 20 policiais por grupo, mas são respeitadas até no exterior - algumas chegam a treinar membros da SWAT.
Os cinco braços da lei
No país, cada um dos
três níveis de governo comanda pelo menos uma corporação policial.
PRESIDENTE
POLÍCIA FEDERALA facção que responde ao Ministério da Justiça é a única que atua no Brasil inteiro, ajudando as polícias civis e militares de cada estado em casos de tráfico de drogas e contrabando. A Polícia Federal também investiga crimes contra a União, como lavagem de dinheiro e fraudes contra o governo, e inspeciona cargas nas alfândegas.
POLÍCIA RODOVIÁRIA
Dois tipos de polícia atuam na fiscalização do trânsito nas rodovias e ferrovias do país: a Estadual, vinculada à Polícia Militar, e a Federal, subordinada ao Ministério da Justiça. Para ambas, os principais deveres são socorrer acidentes, punir motoristas infratores e apreender cargas ilícitas, como contrabando e drogas.
GOVERNADOR
POLÍCIA CIVIL
Subordinada ao governador de cada estado, é a divisão que cuida das delegacias, investiga a autoria de crimes e recolhe provas para prender ou inocentar pessoas. Também são os policiais civis que, de fato, realizam as prisões, preparando a documentação e os requisitos jurídicos para encarcerar ou libertar alguém.
POLÍCIA MILITAR
É a linha de frente no combate ao crime: suas missões são fazer rondas e atender às chamadas de assaltos e roubos. Os militares podem capturar bandidos, mas não podem executar a ordem de prisão. Eles levam o suspeito à delegacia, onde um policial civil examina cada caso. Em estados como São Paulo, os PMs também podem aplicar multas, função que até o início do ano era exclusiva dos fiscais de trânsito.
PREFEITO
GUARDA METROPOLITANAEm geral, as forças municipais de segurança não usam armas de fogo para fazer o policiamento comunitário, impedindo pichações, depredações e invasões de áreas públicas. As tarefas mais comuns são rondas em escolas e parques para prevenir crimes e, se necessário, efetuar prisões.
Força máxima contra o crime
Grupamentos especiais
concentram-se no Rio e em São Paulo.
COT (Federal) -
COMANDO DE OPERAÇÕES TÁTICAS
Subordinado à Polícia
Federal e com sede em Brasília, esse grupo age em todo o país investigando sequestros
de aviões, atentados a bomba e suspeitas de terrorismo. É uma das tropas mais
requisitadas no combate ao tráfico e no contrabando, além de serem
profissionais em escoltas e remoções de alto risco.
GARRA (SP) - GRUPO
ARMADO DE REPRESSÃO A ROUBOS E ASSALTOS
Este batalhão da
Polícia Militar paulista é especializado em crimes que podem se transformar em
tragédias, como assaltos com bombas ou roubos de explosivos. O Garra possui
ainda uma subdivisão, o Grupo Especial de Resgate (GER), que costuma entrar em ação
nos casos de roubos ou sequestros com reféns.
COE (SP) - COMANDO DE
OPERAÇÕES ESPECIAIS
A especialidade dessa
outra tropa de elite ligada à PM paulista é agir dentro da mata, em operações
que envolvam resgate de pessoas perdidas ou perseguição de bandidos. Experts em
camuflagem e sobrevivência na selva, os integrantes do COE ministram cursos sobre
sua atuação tanto para policiais quanto para civis.
GAT (SP) - GRUPO DE AÇÃO TÁTICA
Outra força da
Polícia Militar de São Paulo especializada em ocorrências que envolvam reféns
ou invasões de locais dominados por bandidos, como roubos a banco. Para
enfrentar essas situações, os policiais recebem treinamento especial para
negociar com os criminosos, além de contarem com peritos em sequestros- relâmpago.
BOPE (RJ) - BATALHÃO
DE OPERAÇÕES ESPECIAIS
Para combater o crime
organizado, ocupar favelas e enfrentar traficantes, os integrantes desse grupo
militar sobem os morros do Rio fortemente armados, abrindo caminho para a
Polícia Militar comum. Em junho de 2000, o Bope ficou marcado pelo trágico
desfecho do sequestro do ônibus 174, quando um policial errou um tiro à
queima-roupa num bandido, que acabou matando a refém Geísa Firmo.
Revista Mundo Estranho Edição 22/ 2003
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