domingo, 27 de janeiro de 2013

Restaurante vendia saúde


Lia Hama
Local público, com mesas, cadeiras, garçons, cardápio variado e carta de vinhos? A imagem do restaurante atual pouco tem a ver com os primeiros estabelecimentos do tipo. Nascidos em Paris na segunda metade do século 18, os restaurantes estavam mais para hospitais que para ponto de encontro para saciar o apetite.
Conhecidos a princípio também como casas de saúde, eles eram pequenos lugares que vendiam um caldo à base de carnes preparado para restaurar as forças de pessoas fracas ou debilitadas. Por isso passaram a ser chamados também de restaurants – está aí a origem do nome dos estabelecimentos. No início, ofereciam poucas refeições sólidas, já que a atração principal eram os tais caldos para pessoas doentes.
De acordo com o livro História da Alimentação, o estopim para a propagação dos restaurantes nos moldes atuais foi o caso Boulanger, ocorrido em 1765. Boulanger (não se sabe seu primeiro nome), proprietário de uma casa de saúde nos arredores do Louvre, não se contentou em servir apenas os caldos. E passou a oferecer aos seus clientes pés de carneiro ao molho branco. A atitude foi considerada uma afronta pela corporação dos traiteurs, fornecedores de alimentos que detinham o monopólio da preparação de cozidos. Revoltados, eles abriram um processo contra Boulanger, mas a Justiça de Paris deu razão ao último. A decisão abriu espaço para que outros donos de casas de saúde ampliassem seus cardápios culinários, dando origem a novos estabelecimentos.

Aventuras na História n° 040

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