É um território que, apesar do nome, não é um país
independente, mas uma área de 20 mil quilômetros quadrados entre a Espanha e a
França onde vivem os bascos. Estabelecido ali há mais de 4 mil anos, esse povo
conservou boa parte dos seus traços culturais originais, especialmente o
nacionalismo e a língua, que não tem parentesco com nenhuma outra. "Ao
longo de todo esse tempo, os bascos tiveram seu território ocupado por romanos,
visigodos, mouros e francos. A Espanha e a França pegaram sua fatia por volta do
século 15", afirma a historiadora Maria Guadalupe Pedrero-Sánchez, da
Unesp de Assis (SP). No século 17, a demarcação definitiva das fronteiras
dividiu de vez esse povo em dois Estados. "Na Espanha, onde estão 90% do
território basco, a integração foi mais difícil que na França", diz o
geógrafo André Martin, da Universidade de São Paulo (USP).
Durante a Guerra
Civil Espanhola (1936-1939), eles lutaram contra o general Francisco Franco, o
líder nacionalista que implantou uma sangrenta ditadura. Em represália, o
general acabou com a relativa autonomia política basca, alimentando ainda mais
o nacionalismo daquele povo e fazendo surgir organizações terroristas que
defendiam a criação de um Estado independente. O mais famoso desses grupos, o
ETA (sigla de Euskadi Ta Askatasua, ou "pátria basca e liberdade"),
apareceu em 1959. Ao longo das últimas quatro décadas, os terroristas
organizaram atentados contra o governo central em nome da independência. Uma
pequena trégua na luta aconteceu em 1978, com a promulgação de uma nova
Constituição espanhola que favorecia a autonomia do País Basco. Desde 1980, a
nação conta com um Parlamento próprio, mas ainda não tem território, o que
alimenta os remanescentes do ETA a prosseguir com atentados em defesa da
autonomia total da região basca.
Revista Mundo Estranho Edição 22/ 2003
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