segunda-feira, 2 de abril de 2012

A batalha de Termópilas

Fabiano Onça

Em 13 de setembro de 480 a.C., o exército persa, comandado pelo rei Xerxes, acampou diante do desfiladeiro de Termópilas, na costa leste da Grécia. Seus mais de 200 mil homens recrutados para derrubar os espartanos perdiam-se de vista. Contra eles, havia o rei Leônidas e somente 7 mil soldados. Confiante na visão aterrorizadora do contingente, Xerxes enviou um emissário para convencer os gregos a se renderem. “Nós iremos disparar tantas flechas que o céu vai escurecer”. “Melhor. Nós lutaremos à sombra”, respondeu o soldado Dienekes.
Um dia depois, Xerxes atacou. Durante dois dias, suas melhores tropas foram massacradas na parte mais estreita do desfiladeiro e atiradas ao mar. Ele só venceu quando descobriu um atalho até a retaguarda espartana. Leônidas resistiu até a morte, cumprindo a promessa de só voltar para casa “com o escudo ou sobre ele”.
Um dos principais relatos do historiador Heródoto, essa história mostra o valor que os gregos davam a feitos e palavras. Como afirmou em 1958 a filósofa Hannah Arendt, no livro A Condição Humana, “com esses atos, os mortais poderiam encontrar o seu lugar num mundo onde tudo era imortal, exceto eles próprios”.
Chuva de flechas
A mais heróica derrota dos gregos
Guerreiros eternos
O regimento de elite persa era formado por 10 mil homens. Eles eram conhecidos como “os imortais” porque, durante uma batalha, quem morria era arrastado pelos companheiros e substituído, dando ao inimigo a impressão de que não haviam sofrido perdas.
Estreito da morte
A 300 quilômetros de Esparta, mas na fronteira entre o domínio persa e o espartano, o estreito de Termópilas ficava entre montanhas e uma encosta até o mar. Seu ponto mais fino tinha menos de 13 metros. “Termópilas” significa “passagem quente”, devido às fontes de água quente que havia por lá.
Atalho decisivo
A sorte só sorriu para Xerxes, o imperador persa, quando um pastor local, Efialtes, traiu os gregos e mostrou uma rota de desvio do estreito de Termópilas. Por ela, o exército persa conseguiu chegar até a retaguarda das forças espartanas. Quando soube da ameaça, Leônidas ordenou que seus aliados recuassem, mas continuou na batalha ao lado de apenas 300 espartanos e 700 téspios.
Muralha de ferro
Os espartanos, como outros gregos, lutavam encouraçados e com grandes escudos. Essa infantaria pesada normalmente se fechava formando uma muralha de escudos. Composto também por uma lança de 2,7 metros de comprimento e uma espada de 60 centímetros, todo o equipamento pesava cerca de 35 quilos.
Morte do Leão de Esparta
Quando Leônidas morreu, os espartanos tiveram que recuperar seu corpo quatro vezes, até arrastá-lo para dentro da parede de escudos. Segundo Heródoto, Leônidas lutou até o fim porque ouviu de um oráculo que Esparta ou seria destruída ou perderia seu rei. De fato, os persas tomaram grande parte da Grécia, mas não chegaram a Esparta.

Revista Aventuras na História n° 014

Nenhum comentário:

Postar um comentário