Dessa forma, um canal usado para uma conversa no centro da cidade pode, ao mesmo tempo, conduzir uma ligação em outro bairro sem que as duas se misturem. A cidade de São Paulo, por exemplo, é dividida em centenas de células. Cada uma delas possui uma antena retransmissora chamada estação radiobase, que, por sua vez, é ligada a uma central telefônica, conhecida como Central de Comutação e Controle (CCC). Essa central se conecta a outras CCCs e às centrais de telefonia fixa - com todo o resto do mundo, portanto.
Boca a boca Telefonia móvel divide a cidade em células
1- Quando o sr. X disca para sua amiga sra. Y, o celular emite o número do outro aparelho por ondas de rádio, em uma faixa de freqüência especialmente reservada.
2 - O número é captado pela estação radiobase (ERB) da célula amarela, onde está o sr. X. A estação detecta que o aparelho de destino não se encontra na mesma célula; por isso, contacta (via cabo ou microondas) a Central de Comunicação e Controle (CCC).
3 - A CCC tem um banco de dados atualizado a cada segundo, informando em qual célula está cada aparelho da cidade. Ao receber o comunicado da ERB, ela manda a informação da chamada para a estação da célula de destino.
4 - Toca o celular da sra. Y. Isso porque a estação da célula onde ela está, que recebeu o comunicado da Central, avisa que seu número está sendo chamado pelo celular do sr. X.
5 - Quando a sra. Y atende, cada uma das duas células procura um canal de freqüência que esteja livre. Elas informam a ambos os celulares quais serão os canais que cada aparelho usará durante a conversa.
CHAMADA EM MOVIMENTO
A mesma ligação pode seguir de uma célula para outra à medida que o usuário se desloca pela cidade. Quando um celular percebe que o sinal da sua célula está ficando fraco, ele busca outra célula mais próxima, que então procura um canal livre e avisa ao celular para trocar de freqüência. Tudo é feito automaticamente, sem que o usuário perceba. Às vezes, porém, não há nenhum canal vago na nova célula - nesse caso, a ligação cai.
TAMANHO VARIÁVEL
Na periferia de uma cidade e nas zonas rurais, as células são grandes, com quilômetros de diâmetro. Na cidade, elas são bem menores - chegando a poucas dezenas de metros nos centros mais movimentados. Isso porque obstáculos como prédios altos bloqueiam as ondas de rádio, limitando seu alcance. Além disso, quanto mais pessoas circulam por um local, mais células ele precisa ter, senão corre-se o risco de não haver frequências para todos.
AQUI SIM, ALI NÃO
Células não adjacentes (como as que aparecem em amarelo) podem utilizar as mesmas frequências, porque não há risco de interferência.
Revista Mundo Estranho Edição 3/ 2002
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