Há muito tempo os cientistas vêm discutindo se os nossos
ancestrais anatomicamente modernos, ou seja, cujas características físicas são
semelhantes às do Homo sapiens, surgiram em diferentes partes do mundo ao mesmo
tempo, ou numa região em particular - a África, muito provavelmente - de onde
se teriam espalhado pelo planeta. Recentemente, cientistas ingleses chegaram à
conclusão de que a hipótese africana parece mais coerente com os dados fósseis
disponíveis do que a outra. Um dos raciocínios que fundamentam sua teoria é o
seguinte: se o homem anatomicamente moderno surgiu na África, então é ali que devem
se encontrar os fósseis mais antigos, enquanto os de outras regiões seriam mais
recentes.
De fato, é o que acontece: os fósseis de homens modernos
achados na África têm cerca de 100 mil anos, ao passo que na Austrália e na
Europa Ocidental fósseis com características semelhantes têm somente 35 mil
anos. Um recente achado em Qafzeh, Israel, datado de 92 mil anos, tende a
fortalecer a hipótese africana. Mas, como os fósseis em geral têm certos traços
diferentes entre si, como o tamanho médio do crânio, não é de todo impossível
que homens modernos tenham surgido em outros continentes, embora muito tempo
depois de terem aparecido na África. Ainda assim, é mais provável que a razão
daquelas diferenças esteja nas adaptações por que passaram os ancestrais emigrados
da África.
Revista Super Interessante n° 010
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