quarta-feira, 2 de maio de 2012

O Museu da Espionagem

Tânia Menai

O International Spy Museum, um complexo de cinco prédios históricos em Washington, é o único museu público americano dedicado exclusivamente ao secreto mundo da espionagem – a segunda mais antiga profissão do mundo. Abrigando a maior coleção mundial sobre o assunto, expõe 200 artefatos usados por espiões em diversos países, como armas, aparelhos de gravação e câmeras escondidas. Além de estações interativas, onde o visitante pode descobrir suas habilidades de Sherlock Holmes, o museu promove mostras e exibe filmes sobre espiões e seus impactos em eventos históricos. Uma das mostras, intitulada O Inimigo entre Nós, trata do terrorismo nos Estados Unidos desde 1776. Estão à mostra também fragmentos de avião encontrados no WorldTrade Center pós-11 de setembro, usados nas investigações do FBI, e o telefone pessoal de John Edgar Hoover, diretor do FBI entre 1924 e 1972, ano de sua morte. O próprio diretor-executivo do museu, Peter Earnest, é uma figura histórica: ele acumula 36 anos de serviço na CIA, incluindo 20 no serviço clandestino da agência.
Arte secreta

Dez preciosidades que James Bond adoraria.
1. Casaco-câmera
Leves, estas minicâmeras eram usadas na década de 70 pela KGB, a polícia secreta soviética, para tirar fotos de perseguidos pelo regime comunista. Elas ficavam escondidas atrás de falsos botões de casacos e batiam fotos por controle remoto. Uma pequena abertura no centro do botão podia ser regulada conforme a necessidade do espião.

2. Big Brother
Esta câmera checa foi usada pela Stasi, Serviço de Segurança da Alemanha do Leste, para fotografar através da paredes de quartos de hotéis. A câmera era posta num buraco e a foto disparada por controle remoto. Qualquer semelhança com a descrita por George Orwell no livro 1984 é mera coincidência.

3. Sapato grampeado
Este sapato foi produzido em 1960 pela KGB para monitorar conversas sobre a Guerra Fria. Um transmissor, um microfone e uma bateria ficavam dentro da sola do sapato de pessoas “alvo”. Alguém próximo a este alvo (uma copeira ou mordomo) separava o calçado e ativava o transmissor. O alvo, então, transformava-se num rádio ambulante, transmitindo suas conversas.

4. Beijo da morte
Também conhecido pelo título acima, esse batom foi usado pela KGB durante a Guerra Fria. Com 4,5 milímetros, a arma disparava apenas um tiro e podia ser escondida numa bolsa feminina. A existência do batom assassino foi detectada pela primeira vez na fronteira em direção oeste de Berlim, em 1965.

5. Botas ou sapatos?
Estas botas foram criadas para pilotos britânicos da Segunda Guerra Mundial pelo M19, um grupo que promovia fugas e evasão de equipamentos inimigos para a Força Aérea Real. Vinha com uma faca para cortar sua parte superior, virando um sapato normal. E os pilotos podiam andar em território inimigo sem ninguém notar.

6. Kit confidencial
Na década de 80, espiões da Alemanha Oriental usavam este kit para ler mensagens secretas. Com luz ultravioleta, ele revelava escritas feitas com uma tinta que só se mostrava com a exposição aos raios UV. Sem a iluminação especial, os escritos permaneciam como folhas em branco.

7. Linha direta
John Edgar Hoover foi diretor do FBI, a polícia federal americana, entre 1924 e 1972, e criador da escola de espionagem da instituição. O telefone que ele usava para conversar com o presidente americano e líderes do congresso está em exposição no museu. Durante 50 anos, o aparelho foi usado para comunicar estratégias de espionagem da Guerra Civil Espanhola à Guerra do Vietnã.

8. Máquina Decifra-Enigma
A habilidade em quebrar o código dos alemães durante a Segunda Guerra foi decisiva para a vitória dos aliados. Esta máquina eletromecânica foi criada para decifrar mensagens a partir da comparação entre grupos de letras. A sofisticação dos códigos alemães exigiu a criação, em 1944, de outro modelo, o Colossus I, que conseguiu quebrar todos os códigos do Eixo.

9. Bomba Anarquista
Durante a greve nacional pela jornada diária de oito horas de trabalho, uma reunião em massa aconteceu no Haymarket de Chicago. Esta bomba foi atirada anonimamente no meio da multidão. A polícia reagiu atirando, matando tanto policiais quanto civis. Esta é uma réplica da bomba original, criada para ser atirada como uma granada. Ela foi usada como evidência no julgamento dos homens ligados ao evento.

10. Fragmentos dos aviões que destruíram o World Trade Center
Depois dos ataques às Torres Gêmeas, uma grande operação foi montada para identificar na montanha de destroços os pedaços dos dois aviões que atingiram os prédios. Um dos raros fragmentos encontrados, que pertence ao Museu da Espionagem, leva marcas do FBI porque foi usado nas investigações.


Aventuras na História n° 019

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