Suposta prova
arqueológica da existência de Jesus fazia parte de uma indústria de artefatos
forjados em Israel.
Uma das descobertas mais comentadas da arqueologia bíblica
nos últimos anos vai ter um fim inglório – atrás das grades. Estamos falando do
ossuário de Tiago, uma caixa de pedra calcária que foi revelada em outubro de
2002, e que leva a inscrição “Tiago, filho de José, irmão de Jesus” em
aramaico. O artefato teria abrigado os ossos de Tiago, chefe da igreja de
Jerusalém, e seria uma das primeiras provas arqueológicas da existência de
Cristo. Mas análises químicas provaram que o ossuário é uma fraude deslavada –
e seu dono, o empresário israelense Oded Golan, foi indiciado como gerente de
uma verdadeira fábrica de antiguidades bíblicas.No dia 30 de dezembro, a Corte Distrital de Jerusalém acusou Golan e seus comparsas Robert Deutsch, Schlomo Cohen e Faiz al-Amaleh de 18 infrações, entre elas fraude, receptação de bens fraudulentos e danificação de antiguidades. Golan já estava na mira da polícia desde julho de 2003, quando foi preso pela primeira vez – na época, os policiais acharam o ossuário em cima da privada do empresário.
O truque da gangue era comprar no mercado negro de artefatos realmente antigos e adicionar inscrições que os associassem a figurões da Bíblia, como reis de Israel ou apóstolos. As primeiras pistas de que era tudo cascata vieram das próprias inscrições. Elas eram feitas com letras de aparência estranha para o período a que se referiam. E no dialeto errado.
É tudo mentira.
As provas arqueológicas forjadas pelo fábrica de relíquias.
Ossuário de Tiago
Datado supostamente
do ano 70, o artefato sugeria que Jesus teve irmãos e irmãs, ao contrário do
que dizem os católicos. Detalhes das letras e do dialeto da inscrição são
suspeitos, e cientistas do Serviço Geológico de Israel mostraram que a camada
externa da pedra foi adicionada posteriormente e envelhecida artificialmente.
Selo de Manessés
Outro objeto criado pelo grupo foi um selo de pedra que,
segundo os falsificadores, teria pertencido a Manassés, rei de Judá no começo
do século 7 a.C. O selo teria sido usado na época como uma espécie de carimbo,
com o qual Manassés marcava e assinava os diversos documentos que emitia.
Tabuleta de Joás
É uma placa de pedra
calcária escura, com indicações sobre a reforma do Templo de Jerusalém
empreendida pelo rei Joás de Judá (um dos dois reinos em que a Palestina se
dividiu depois da morte de Salomão) no século 9 a.C. O texto ecoa trechos da
Bíblia, mas o alfabeto usado na inscrição é um verdadeiro samba do crioulo
doido, com letras de diversas épocas.
Candelabro do Tempo
Esse menorá
(candelabro de sete braços usado nas cerimônias religiosas judaicas) teria
pertencido aos sacerdotes do Segundo Templo de Jerusalém, que foi destruído
pelos romanos no ano 70. Junto com o Muro das Lamentações, o candelabro seria o
único vestígio da existência do templo.
Aventuras na
História n° 019
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