por Sérgio Miranda
A expansão da Igreja Católica ao longo dos séculos, conquistando territórios, patrimônios, bens materiais e culturais, formou uma espetacular coleção de obras de arte que são verdadeiros documentos sobre a história da humanidade. O conjunto de museus do Vaticano têm origem com Clemente XIV (1769-1774) e Pio VI (1775-1799) e por isso inicialmente tinham o nome de Museu Pio-Clementino. Só com a fundação do Estado do Vaticano, em 1929, todas as coleções espalhadas pela Europa foram reunidas e colocadas à disposição do público. Entre os tesouros guardados pela Santa Sé, estão as Stanze (salas) de Rafael, pintadas entre 1508 e 1511 e que formam, hoje, uma das mais belas e maiores coleções de obras do artista, um dos grandes da renascença.
O Renascimento é o forte da Pinacoteca do Vaticano, cujo acervo tem uma história muito particular. Em 1815, quando as nações aliadas derrotaram Napoleão, assinaram o Tratado de Viena, pelo qual as obras de arte tomadas pelo ditador francês deveriam ser devolvidas aos seus países de origem e não aos seus proprietários. Os Estados Papais estavam entre os mais prejudicados e trataram de negociar a devolução das obras. Apoiada pela Inglaterra, Áustria e Prússia, a iniciativa tinha a oposição dos franceses. Foi preciso que a Guarda Austríaca acompanhasse o representante da Igreja para retirar as obras do Louvre, em Paris. Em 1973, o papa Paulo VI, inaugurou o Museu de Arte Moderna Religiosa, que reúne mestres como Rodin, Chagall, Gauguin, Bacon, Picasso, De Chirico e Matisse.
Sem dúvida, o lugar mais conhecido do conjunto é a Capela Sistina, construída entre 1475 e 1483. Dos pavimentos em mosaico romano e dos afrescos nas paredes principais destaca-se a pintura de Michelângelo: a representação bíblica da história da humanidade no teto da Capela (1508-1512) e o Juízo Final na parede do altar (1535-1541).
Há ainda peças arqueológicas, arte egípcia, estátuas e baixo-relevo romanos, inscrições de antigos cemitérios judaicos, tapeçarias e mapas. Com um patrimônio histórico, artístico, arqueológico e arquitetônico de valor incalculável, os Museus do Vaticano apresentam o testemunho da Igreja sobre a história do homem e de seu pensamento.
No Vaticano o conjunto arquitetônico já vale a visita e cada uma das mais de 55 salas é um museu de arte que reúne 20 séculos de história.
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