Marina Motomura
Existem dois tipos de operação com esse objetivo: uma para
aumentar o comprimento e outra para incrementar o diâmetro do órgão. Na
primeira, o cirurgião faz o pênis crescer expondo um pedaço dele que
normalmente fica escondido na pélvis. Na outra cirurgia, o médico enxerta algum
material entre a pele e o interior do pênis, "inflando" o dito-cujo.
São procedimentos simples: levam menos de uma hora e só requerem anestesia
local. Mas o paciente deve avaliar com cuidado as consequências antes de
encarar o bisturi. Nas duas cirurgias, os riscos envolvidos são consideráveis.
E é justamente essa a causa da acalorada polêmica entre os médicos sobre o
assunto. No Brasil, onde cirurgias assim são feitas desde o início da década de
90, o Conselho Federal de Medicina (CFM) acabou proibindo-as parcialmente em
1997, alegando insegurança e ineficácia. Muitos especialistas condenam a
operação. "Essas cirurgias são
anedóticas.Têm resultados péssimos", diz o urologista Joaquim de Almeida Claro, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Os médicos contrários à técnica também insistem que os homens que buscam o aumento do pênis deveriam procurar primeiro aconselhamento psicológico, pois a maior parte deles tem órgãos com tamanhos considerados normais. Mas, como o tema é controverso, os cirurgiões que praticam a operação discordam dessas avaliações: "O homem que sofre com isso questiona sua performance sexual o tempo todo. O desconforto que ele sente com o próprio corpo é enorme. Eu nunca vi psicólogo resolver isso", diz o cirurgião vascular Márcio Dantas de Menezes, da Sociedade Brasileira de Medicina Sexual. De qualquer forma, é bom frisar que o CFM, principal entidade médica do país, só autoriza a operação para homens com micropênis (órgão com menos de 2 centímetros) ou na reconstrução de tecidos para mutilados em acidentes.
Revista Mundo Estranho Edição 20/ 2003
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