A arma mais natural
no combate à cocaína pode ser uma borboleta, mais especificamente a malúbia, da
espécie Eloria noyesi, que bate asas na América do Sul e Central. Isso porque
ela tem um hábito muito peculiar: nos primeiros dez dos seus 35 dias de vida,
ainda em fase de larva, a malúbia se alimenta apenas de folhas de coca, de onde
é extraída a cocaína. Quando a larva se torna borboleta, ela já está dependente
da planta, que continua a consumir com voracidade - um único espécime é capaz
de destruir vários metros quadrados de plantação.
Alguns cientistas definem a malúbia como
"suicida", porque são justamente as substâncias alcalóides da coca,
como a cocaína, que acabam por matá-la. Mas, até isso acontecer, a fêmea terá
depositado entre 50 e 150 ovos. Daí porque os cientistas pensam numa maneira de
controlar a reprodução da malúbia, a fim de deixá-la voar sobre as plantações
de coca e fazer seu devastador serviço.
Revista Super Interessante n° 010
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