No NAFTA, porém, é mais que um mercado comum. A sua constituição sinaliza
um novo interesse dos EUA pelo continente americano. Depois das décadas da Guerra
Fria, quando a Europa ocupou as atenções da política mundial americana, a “volta para a América” não representaria uma grande novidade histórica. Seria antes, a retomada de uma orientação muito antiga na geopolítica americana.
A América para os americanos – esse princípio, expresso no célebre discurso do
Presidente James Monroe, em 1823, orientou todo a política externa dos Estados
Unidos, até a 2ª Guerra Mundial. A Doutrina Monroe, como ficou conhecida, definia
o hemisfério ocidental como objeto privilegiado da política de poder americana.
Em 1845, a anexação do Texas, após sangrenta guerra contra o México, constituía
O primeiro ato imperialista dos EUA.
O presidente James Polk justificava-o como ato de libertação dos texanos.
Os EUA sempre preferiram enxergar a sua política externa como uma cruzada pela
Liberdade e pela democracia, rejeitando os argumentos de interesse nacional esgrimidos
Pelos governos europeus. Já se tornava difícil, porém, esconder o trecho implícito
No velho princípio de Monroe: A América para os americanos... do norte.
A Doutrina Truman, que em 1947 anunciou o engajamento dos EUA na Guerra
Fria, inverteu radicalmente o sentido da política externa americana. A Europa, cenário
Principal da confrontação com os URSS, tomou o lugar de destaque que
Cabia à América. O fim da Guerra Fria deixa os EUA numa encruzilhada histórica.
Voltar à América? Uma política desse tipo significaria o reconhecimento do encerramento
Da hegemonia mundial americana.
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