Aumento do desemprego e da pobreza cria tensões, climas propícios a golpes e ingovernabilidade
Em Países Andinos, camponeses usam a folha de coca como valiosa fonte de alimento, calorias e proteínas vegetais. É parte da tradição.
Tradicionalmente, as eleições nos Estados Unidos são disputadas pelos partidos Democrata
e Republicano. Outros partidos simplesmente não tinham chance. Mas, este ano, o
bilionário texano Ross Perot, independente, disparou nas pesquisas de intenção de votos, superando o presidente George Bush (candidato a reeleição, republicano) e Bill Clinton (democrata).
Perot abandonou a disputa em junho, mas deixou a certeza de que o bipartidarismo
americano tem seus dias contados.
O bipartidarismo foi expressão, no pósguerra, do novo lugar ocupado pelos Estados
Unidos como superpotência capitalista.
Republicanos e Democratas não tinham, realmente, uma divergência ideológica quanto
ao sistema político americano. Representavam, apenas, modos distintos de administrar
a economia e a política externa do país, mas sempre em consonância com os interesses
das corporações.
Nas três décadas que se seguiram à Segunda Guerra, o grande crescimento industrial e
financeiro dos EUA, que financiou a reconstrução da Europa Ocidental e Japão, seduziu
os amplos setores da classe média. Os principais beneficiários políticos desse “boom”
foram os democratas e republicanos.
No bojo da Guerra Fria, a “esquerda” americana, real ou imaginária (incluindo intelectuais
e artistas que nunca exerceram qualquer atividade política), foi politicamente
massacrada pelo macarthismo (a “caça às bruxas” inspirada pelo senador Joseph
McCarthy, presidente do comitê da Câmara contra Atividades Antiamericanas). Mesmo
o minúsculo Partido Comunista americano foi colocado na ilegalidade.
Esse processo consolidou a divisão do poder em dois partidos. A “esquerda” foi
incapaz de conquistar um apoio significativo da classe média. No máximo, tentava se
expressar através do Partido Democrata, quando não formava grupos minúsculos e
extremistas (como o Socialista Workers Party, trotskista).
O espaço para uma terceira alternativa política foi gerado pelo processo de crise
econômica, iniciado pela política neoliberal arquitetada pelo presidente Ronald Reagan
nos anos 80. O “reaganismo” baseava-se no corte profundo de gastos do Estado com
serviços sociais e infraestrutura básica de serviços, que foram em grande parte repassados
ao setor privado. A situação dos pobres agravou-se.
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