segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Neoliberalismo Versus New Deal

A recessão explica boa parte do agravamento da miséria, mas não esgota o problema. Há,
também, uma política deliberada por trás de tudo. A partir dos anos 80, quando a Presidência
foi assumida por Ronald Reagan, o Estado passou a cortar os seus programas de assistência.
Era o auge do neoliberalismo americano.
Reagan queria revogar as conquistas sociais obtidas por movimentos trabalhistas
entre 1929-32, através do “New Deal”. Atemorizados pelo impacto de uma crise que
fechou a Bolsa de Valores e Nova York “1929” e pelo avanço do comunismo a partir da
revolução russa (1917), empresários e governo fizeram um pacto (“deal” em inglês)
com os trabalhadores para evitar explosões.
O “New Deal” criou um paradoxo: os EUA, sede do capitalismo, aplicavam uma política
social relativamente generosa. Reagan pretendia resolver a contradição mediante a
privatização completa do Estado. George Bush apenas prosseguiu essa estratégia.
Em 1989, o desabamento do socialismo parecia dar razão aos neoliberais. A lógica do
mercado impunha-se sobre todas as outras considerações. O sociólogo americano Francis
Fukyama chegou até a falar no “fim da História”, como se todos os problemas já estivessem
de antemão resolvidos pelas fórmulas do mercado. Era a miragem do paraíso neoliberal,
destruída pelos demônios reais de Los Angeles.

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