Eles são projetados para serem poderosas armas tanto de
ataque quanto de defesa, atravessar terrenos irregulares e dar segurança aos
seus ocupantes mesmo sob fogo intenso. Hoje, essa missão é facilitada por
modernos recursos eletrônicos de navegação e por uma blindagem super-reforçada
- tudo isso sem abrir mão da marca registrada do veículo, as esteiras por onde
correm as rodas. É esse acessório, aliás, que diferencia os tanques de outros
carros de combate, como as viaturas blindadas (modelos como o Urutu, do
Exército brasileiro, que andam sobre rodas) ou os meias-lagartas (que na frente
têm rodas e atrás têm esteiras, ou vice-versa). Para ilustrar o funcionamento
de um tanque, escolhemos o modelo Abrams M1A2, usado pelo Exército americano na
invasão do Iraque e considerado o melhor da atualidade, o ponto mais moderno em
uma escala evolutiva que começou há quase 100 anos. Os primeiros tanques da
história eram toscos: no início do século 20, o Exército inglês adaptou chapas
de metal em tratores para proteger piloto e passageiros dos tiros. A gambiarra
deu certo e, em 1915, surgiram os primeiros protótipos de tanques, que
alcançavam a "incrível" velocidade de 6,5 km/h. Em 1916, durante a
Primeira Guerra Mundial, os britânicos se tornaram os primeiros a utilizar tanques
em combate, na batalha de Somme, na França. Dos 32 veículos no front, nove
conseguiram atravessar as "terras de ninguém" - regiões entre as
trincheiras dos exércitos - e avançar sobre as linhas de defesa alemãs. E não
foi o fogo germânico que deteve os outros 23. Eles quebraram no meio do
caminho! "Hoje, a informática transformou o aspecto técnico dos carros de
combate, fazendo deles um sonho para os entusiastas. Mas isso não mascara sua
única finalidade: trazer morte e destruição ao inimigo", diz o pesquisador
militar Peter Eriksson, do Exército da Suécia.
Máquina mortífera
Destrinchamos o tanque americano Abrams M1A2, considerado o
melhor da atualidade.
FORÇA TOTAL
Para impulsionar as quase 70 toneladas do tanque, o motor de
combustão interna tem uma potência de 1 500 HP só para
comparar, isso equivale à potência de 12 carros com motor 2.0. Mesmo com tanta
força, a velocidade máxima é de 48 km/h.
PASSANDO POR CIMA
Servindo de base para as rodas movimentadas pelo motor do
tanque, as esteiras permitem que o veículo avance por qualquer tipo de terreno.
O ângulo na parte frontal serve para superar obstáculos mais altos, como morros
ou crateras.
CASCA GROSSA
A blindagem é formada por um sistema de várias camadas de
metal, para barrar os tiros, intercaladas com cerâmica, para bloquear o calor
dos disparos. O casulo blindado protege os quatro passageiros, o motor, o
tanque de combustível e os comandos do tanque.
DUPLA DINÂMICAO tanque conta com duas metralhadoras, uma de 12,7 mm de diâmetro e outra de 7,62 mm, que derrubam até helicópteros. Ambas possuem rotação de 180 graus e podem disparar de alto a baixo, entre -30 graus e 65 graus em relação ao horizonte.
SEGUNDO ANDAR
Graças a um sistema de engrenagens acopladas à carroceria, a
torre consegue girar até 180 graus, aumentando a autonomia para usar o canhão e
as metralhadoras. A ligação com a carroceria é feita por meio de uma passagem
onde fica o artilheiro.
PETARDO PODEROSO
A arma principal é um canhão de 120 mm de diâmetro.
Comandado por um computador interno, ele tem alto poder de destruição: consegue
arrebentar muros, virar automóveis de cabeça para baixo e penetrar na blindagem
de todos os tanques conhecidos.
Ficha técnica
NOME: Tanque Abrams M1A2
PESO: 69,5 toneladas
ALTURA: 2,88 metros
COMPRIMENTO: 8,15 metros (9,82 metros com o canhão)
LARGURA: 3,65 metros
PREÇO: 5,6 milhões de dólares
Trabalho em equipe
Quatro pessoas mandam no blindado.
O comandante é o responsável pelo andamento da missão. Sua
função é transmitir ordens táticas aos outros três ocupantes.
O municiador mantém as armas sempre carregadas e cuida dos
sistemas de comunicação.
O artilheiro é o segundo na hierarquia do tanque. É ele quem
controla o canhão principal e as metralhadoras.
O piloto é quem dirige o tanque. Uma das tarefas é encontrar
o caminho menos acidentado.
Revista Mundo Estranho Edição 32/ 2004
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