Foi-se o tempo em que um funcionário da companhia de
eletricidade precisava acender poste por poste: hoje, esse trabalho é feito
automaticamente, respeitando a diminuição da luminosidade natural. Os postes
são equipados com sensores conhecidos como fotocélulas ou relês fotoelétricos,
que detectam o momento em que a luz do Sol não é mais suficiente para iluminar
o local. As tais fotocélulas são caixinhas do tamanho de xícaras, com aberturas
para a entrada dos raios de luz. Quando o sol se põe e a incidência de luz
diminui, elas enviam um sinal à distribuidora de energia da cidade e pronto: a
luz das lâmpadas é acesa. Quando amanhece, ocorre o contrário: a fotocélula
detecta os primeiros raios de luz e avisa o sistema que as luzes já podem ser
apagadas. Nessa altura, você deve estar se perguntando: e em dias nublados,
corremos o risco de ficar sem luz? Nada disso, pois mesmo que o Sol não apareça
seus raios são detectados. A diferença é que, com menos sol, as luzes são
acesas mais cedo: no inverno, por volta das 6 da tarde, uma hora e meia antes
que no verão. Em uma cidade como São Paulo, onde a distância entre os postes
não costuma ser maior que 40 metros, um sensor aciona em média 40 lâmpadas. Em
áreas rurais, onde a distância entre os postes é maior, a fotocélula liga menos
lâmpadas. Mas esse esquema inteligente não dispensa completamente o trabalho
humano. Toda noite, funcionários da prefeitura fazem rondas para checar se
alguma fotocélula pifou e deixou áreas da cidade no escuro.
Túnel do tempo luminoso
Em 150 anos de história, a iluminação das ruas passou por
três fases.
Lampiões a gás
Até a metade do século 19, a maioria das cidades brasileiras
vivia no escuro. Foi quando apareceram os primeiros lampiões a gás, acesos
manualmente, um de cada vez. Em São Paulo, eles surgiram em 1872, mas só no
centro. A periferia continuou no breu.
Lâmpadas incandescentes
Os lampiões sumiram logo: a partir de 1883, a energia
elétrica e as lâmpadas incandescentes (iguais às que a gente usa em casa)
chegaram às ruas brasileiras. Mas o acendimento ainda era manual, por meio de
chaves que ligavam de 20 a 40 postes.
Lâmpadas de mercúrio e sódio
Em 1966, mais uma inovação: lâmpadas de vapor de mercúrio,
de luz mais forte e branca, substituem as incandescentes, que eram amareladas.
A partir de 1989, surgem as lâmpadas de sódio. Usadas até hoje, elas são quatro
vezes mais eficientes.
Revista Mundo Estranho Edição 32/ 2004
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