Por que as pessoas soluçam?

Todos os tipos de soluço têm relação com algum problema no sistema nervoso. O mais comum, que passa após alguns minutos, é causado por uma irritação do nervo frênico. O tal nervo é importante porque é ele quem aciona os movimentos do diafragma, o músculo que controla nossa respiração. O hic-hic começa assim: quando o estômago incha por excesso de líquido, comida ou gás, o nervo é pressionado. Como reflexo, ele manda o diafragma se contrair. O efeito em cadeia continua: com a contração do diafragma, a laringe (na garganta) corta o ar que vai da boca para os pulmões e faz vibrar as cordas vocais, gerando o barulhinho característico do soluço. Se ele demorar para passar, vale ajudar o diafragma a recuperar seu ritmo normal - dá para fazer isso coordenando a respiração, bebendo água o segurando o fôlego. Quando o caso é mais grave, é preciso investigar a doença que está causando o hic-hic.

Três causas, o mesmo efeito

Problema começa quando alguma parte do sistema nervoso é afetada.

DANO NO SISTEMA NERVOSO CENTRAL

O mais grave dos três tipos de soluço é causado por danos físicos (traumatismo, derrame, tumor cerebral) ou psicológicos (trauma, depressão, ansiedade) no cérebro. Pode virar um problema crônico. Foi o que ocorreu com o americano Charles Osborne, que passou 68 anos soluçando — um recorde!

IRRITAÇÃO DO NERVO VAGO

Problemas como pneumonia, infarto, hepatite, esofagite, pancreatite e tumores podem atingir esse nervo, que vai da cabeça ao abdômen e também mexe com o diafragma. Esse soluço é mais intenso e duradouro do que estamos acostumados e só desaparece com a cura da doença causadora.

IRRITAÇÃO DO NERVO FRÊNICO

O tipo mais comum de soluço acontece quando o estômago incha, apertando o chamado nervo frênico. Ele pode ser causado pela ingestão de bebidas com gás, álcool, excesso de comida ou até mudanças súbitas de temperatura. Geralmente, some rápido e não precisa ser tratado. Alguns especialistas afirmam que prender o ar pode ajudar esse tipo de soluço a passar logo.

Revista Mundo Estranho Edição 32/ 2004