Basicamente, o país precisou se tornar uma potência
econômica e militar. Foi um longo processo que se estendeu por pelo menos 300
anos. Primeiro, os caras "arrumaram a casa", resolvendo conflitos
internos políticos e econômicos, unificando a sociedade americana e expandindo
seu território. Ao mesmo tempo, diversos setores da sociedade engajaram-se para
tornar o país um ambiente favorável ao capitalismo. A receita básica era
incentivar a iniciativa privada (ajudando empresários que queriam abrir o
próprio negócio, por exemplo) e garantir que o governo se metesse pouco na
economia (o mercado, pela lei da oferta e da procura, regularia o sobe-e-desce
econômico). Uma terceira mudança rolou no campo dos costumes: para
"dominar" o mundo, a sociedade americana precisou superar seu
histórico isolacionismo - a tendência de não se envolver em conflitos armados
internacionais. Lá pelo final do século 19, o tripé do crescimento ianque
estava armado. A expansão econômica exigia a busca de novos mercados, o que
levou os Estados Unidos a guerrear com a Espanha, em 1898, o primeiro de muitos
conflitos internacionais do Tio Sam. "Guerra e crescimento econômico são
quase que indissociáveis na aventura imperialista dos Estados Unidos",
afirma José Otávio Nogueira Guimarães, historiador da Universidade de Brasília.
Como você confere na linha do tempo ao lado, a fórmula "sangue +
dinheiro" se repetiu muitas vezes, tornando-se decisiva para consolidar e
manter os americanos no topo do mundo.
Grana e granada
Pujança econômica e vitórias militares colocaram o Tio Sam
no comando do planeta.
A partir de 1946
Empresas americanas são impulsionadas com o repasse de
tecnologias militares e com a abertura do mercado europeu na reconstrução do
continente. A partir daí, a maioria dos historiadores não tem dúvidas em dizer
que os Estados Unidos são a única superpotência mundial.
1941
Em um momento decisivo do conflito, os americanos entram na
Segunda Guerra. O apoio é vital para o triunfo aliado e a conversão da
indústria americana para a guerra resulta em importantes avanços tecnológicos e
econômicos.
1917
Os Estados Unidos abandonam a neutralidade na Primeira
Guerra e entram no conflito. Nos campos de batalha da Europa, divisões
americanas desempenham papel importante para a vitória, consolidando o
prestígio militar do país.
Início do século 20
Uma gigantesca onda de imigração leva aos Estados Unidos
mais de 35 milhões de europeus. A força de trabalho farta e barata contribui
para a aceleração do vigor econômico.
Virada do século 20
A industrialização espalha-se rapidamente pelo país. Agora é
a produção das fábricas que cresce vertiginosamente. Os Estados Unidos já são a
maior potência econômica do mundo, mas com reduzida importância militar.
1898
Os Estados Unidos apóiam a independência de Cuba e entram em
guerra com os espanhóis. Com uma poderosa frota de navios de guerra, os
americanos vencem e conquistam antigas colônias espanholas, como Porto Rico e
Filipinas.
1776
A história do domínio americano começa na independência do
país. Colonos europeus em fuga chegam ao leste do que viria a ser o território
dos Estados Unidos, colocando em prática a "ética do trabalho" de um
vigoroso capitalismo.
1865
A Guerra de Secessão (1861-1865) destrói os estados do sul
do país, escravocratas e agrários. Mas os estados do norte, vencedores,
readmitem os sulistas na união dos estados americanos e investem pesado para
recuperar a economia.
1876
Última grande guerra do Exército americano contra nações
indígenas que se opunham à colonização de suas terras. A derrota dos índios
estimula a expansão populacional rumo ao oeste, com novos territórios abertos à
agropecuária.
Final do século 19
A criação de uma ampla malha ferroviária e a remoção de
índios para reservas levam ao drástico aumento da área de terras cultivadas.
Amparada pela mecanização, a produtividade das colheitas explode.
Revista Mundo Estranho Edição 32/ 2004
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