A natureza produziu
no corpo de um besouro uma admirável cópia da bomba V-1, bomba voadora
fabricada pelos alemães no final da Segunda Guerra. Sob ameaça, o besouro
Stenoptinus Isignis, do Quênia, contrai duas bolsas que possui na extremidade
do abdômen, mistura os ingredientes de cada uma delas numa câmara de combustão
e assim gera um escaldante jato tóxico a cerca de 100°C. O jato não é contínuo,
mas sim, uma sucessão de até 500 pulsos por segundo, fruto de uma mecânica natural que
entusiasma os estudiosos da evolução.
O sistema funciona exatamente como o motor a jato da V-1. A
mistura dos ingredientes, explosiva, provoca a ejeção tóxica e ao mesmo tempo
pressiona um par de válvulas nas bolsas, cortando a entrada de reagentes. Logo
que a pressão cai, porém, as válvulas voltam a se abrir, levando a nova
explosão. Desse modo, os músculos das bolsas não precisam ser muito fortes,
basta que mantenham a contração constante durante o bombardeio. A velocidade e
a temperatura do jato, essenciais para afastar os predadores, são garantidas
pelas sucessivas explosões.
Revista Super Interessante n° 039
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