sábado, 5 de março de 2011

MAMA ÁFRICA

A maior diáspora de toda a história desenrolou-se através do tráfico negreiro. Entre os séculos XVI e XIX, de 10 milhões a 12 milhões de africanos foram transferidos, na condição de escravos, para o continente americano. A fachada atlântica africana, entre o Senegal e Angola, concentrou as principais regiões de origem dos escravos. Uma corrente menos importante do tráfico negreiro organizou-se a partir dos portos de Moçambique e Zanzibar, no Oceano Índico.
Dois Estados africanos surgiram como produtos do movimento antiescravista.
Freetown, capital da atual Serra Leoa, foi fundada em 1787 pelo governo britânico, num antigo porto negreiro, para instalar escravos das colônias da América do Norte que optaram pela lealdade à Coroa na Guerra de Independência (1775-83).
Monróvia foi fundada em 1821 pela Sociedade  Americana de Colonização, uma organização empenhada em libertar escravos para enviá-los de volta à África. Em 1847, os Estados Unidos concederam a independência à Libéria.
Do ponto de vista numérico, o tráfico alcançou seu apogeu entre o final do século XVIII e meados do século XIX.
As culturas exportadoras de algodão, nos Estados Unidos, cana-de-açúcar, no Caribe, e café, no Brasil, foram responsáveis pelo crescimento do comércio escravista. Entre 1810 e 1820 calcula-se que a população de origem africana tenha atingido quase 3 milhões no Caribe, cerca de 2,5 milhões no Brasil e 2 milhões a 2,5 milhões nos Estados Unidos.
A escravidão, justificada pelas teorias do racismo “científico”, prolongou-se na opressão contra negros e mulatos.
A discriminação legal e institucional, tão importante nos Estados Unidos até o início da década de 1960, não existe mais. Mas a discriminação econômica tornou-se um traço estrutural e um componente central da exclusão social no Novo Mundo.
Boletim Mundo Ano 8 n° 5

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