Nelson Bacic Olic
No limiar do século XXI, poucas são as regiões do mundo que apresentam grandes espaços passíveis de ocupação. Entre elas, merece destaque a extensa e rica região da Amazônia.
Área localizada na porção setentrional da América do Sul, corresponde a um vasto domínio natural constituído em sua maior parte por terras baixas florestadas equatoriais, drenadas pelo sistema fluvial do rio Amazonas.
Com quase 7 milhões de km2, cerca de 35% da superfície da América do Sul, a chamada Amazônia Internacional se estende, além do Brasil, por territórios da Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela e Guianas .
A Amazônia Internacional exibe fraco povoamento e pequena expressão econômica, com destaque para o setor primário, especialmente o extrativismo.
As condições demográficas e econômicas induziram duas estratégias no sentido da ocupação e valorização regional: uma de caráter nacional e outra envolvendo o conjunto de Estados da região.
A primeira objetivava a integração das “amazônias” ao núcleo central da economia de cada país. Já a segunda destinava-se ao estabelecimento de políticas para o desenvolvimento da região como um todo.
A concretização do último objetivo começou a tomar forma com a criação do Tratado de Cooperação Amazônico ou Pacto Amazônico, assinado por todos os Estados da região em 1978. Esse pacto foi uma resposta a certos organismos internacionais e governos de alguns países desenvolvidos que alegavam a necessidade do monitoramento da exploração amazônica, devido à sua importância ecológica para a “saúde” do planeta.
Por isso, o pacto definia a ampla soberania dos países signatários, no sentido de explorar como bem lhes aprouvesse os recursos de suas “amazônias”, mas também sugeria a necessidade de levar em conta os impactos ambientais decorrentes. A crise econômica dos anos 80 de certa forma impediu que os projetos pan-amazônicos fossem levados adiante. Apenas nos anos 90 foram retomados, timidamente, os contatos para implementação de planos conjuntos.
A Amazônia continua despertando o interesse internacional, por vários motivos. Um deles é o potencial de recursos naturais da região. Outro, é o patrimônio ecológico, que se reflete na circunstância de abrigar a maior biodiversidade do planeta. Finalmente, a importância estratégica da região aumentou muito em função do avanço do narcotráfico.
Boletim Mundo Ano 6 n° 1
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