sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Cooperação regional direciona ocupação amazônica

Nelson Bacic Olic
No limiar do século XXI, poucas são as regiões do mundo que apresentam grandes espaços passíveis de ocupação. Entre elas, merece destaque a extensa e rica região da Amazônia.
Área localizada na porção setentrional da América do Sul, corresponde a um vasto domínio natural constituído em sua maior parte por terras baixas florestadas equatoriais, drenadas pelo sistema fluvial do rio Amazonas.
Com quase 7 milhões de km2, cerca de 35% da superfície da América do Sul, a chamada Amazônia Internacional se estende, além do Brasil, por territórios da Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela e Guianas .
A Amazônia Internacional exibe fraco povoamento e pequena expressão econômica, com destaque para o setor primário, especialmente o extrativismo.
As condições demográficas e econômicas induziram duas estratégias no sentido da ocupação e valorização regional: uma de caráter nacional e outra envolvendo o conjunto de Estados da região.
A primeira objetivava a integração das “amazônias” ao núcleo central da economia de cada país. Já a segunda destinava-se ao estabelecimento de políticas para o desenvolvimento da região como um todo.
A concretização do último objetivo começou a tomar forma com a criação do Tratado de Cooperação Amazônico ou Pacto Amazônico, assinado por todos os Estados da região em 1978. Esse pacto foi uma resposta a certos organismos internacionais e governos de alguns países desenvolvidos que alegavam a necessidade do monitoramento da exploração amazônica, devido à sua importância ecológica para a “saúde” do planeta.
Por isso, o pacto definia a ampla soberania dos países signatários, no sentido de explorar como bem lhes aprouvesse os recursos de suas “amazônias”, mas também sugeria a necessidade de levar em conta os impactos ambientais decorrentes. A crise econômica dos anos 80 de certa forma impediu que os projetos pan-amazônicos fossem levados adiante. Apenas nos anos 90 foram retomados, timidamente, os contatos para implementação de planos conjuntos.
A Amazônia continua despertando o interesse internacional, por vários motivos. Um deles é o potencial de recursos naturais da região. Outro, é o patrimônio ecológico, que se reflete na circunstância de abrigar a maior biodiversidade do planeta. Finalmente, a importância estratégica da região aumentou muito em função do avanço do narcotráfico.
Boletim Mundo Ano 6 n° 1

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