segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Anistia Informa- Direitos Humanos

Nesta seção, Mundo divulga relatórios, campanhas e denúncias da Anistia Internacional (AI) sobre o comportamento dos países em relação aos Direitos Humanos. Caso você tenha dúvidas, queira saber mais ou pretenda participar da AI, anote o endereço: São Paulo: Rua Vicente Leporace, 833 CEP 04619-032 fone: (11) 542.9819
“Eu sou um Harjit Singh que não morreu”, declarou, em tom emocionado, o artista plástico Luiz Paulo Baravelli, ao terminar sua intervenção no ato contra os “desaparecimentos” e execuções extrajudiciais, realizado dia 26 de abril na Universidade de São Paulo. Singh “desapareceu” na Índia, em abril de 1992, quando tinha 20 anos de idade. Era um jovem como milhões de outro.
Apenas teve o “azar” de ter cruzado o caminho de um governo autoritário e policialesco. Baravelli “encarnou’’ Singh, assumindo simbolicamente sua identidade, assim como os outros participantes do ato (entre eles, os jornalistas Boris Casoy e Alexandre Machado, a artista plástica Tomie Ohtake, a escritora Lygia Fagundes Telles, o rabino Henry Sobel, o empresário Abram Szajman, os professores e advogados Ives Gandra Martins e Paulo Sérgio Pinheiro).
A idéia do ato, plenamente realizada, era passar a emoção colocada em jogo nestes processos brutais em que pessoas somem da noite para o dia, sem deixar vestígio. Não se tratava, por isso, de fazer um simples relato histórico-estatístico sobre cada desaparecido, mas de viver, em certa medida, o seu drama. Cerca de 500 pessoas lotaram o anfiteatro de convenções da USP, provando que o tema direitos humanos ainda tem, felizmente, um poder importante de galvanizar atenções.
Representantes do Comitê Internacional da AI fizeram também um relato bastante sombrio da situação dos direitos humanos no Brasil. Não se trata, apenas, de momentos tenebrosos - como os massacres do Carandiru, Vigário Geral e Candelária -, mas de um cotidiano infame, que envolve miséria generalizada da população, prostituição de menores e outras facetas com as quais somos obrigados a conviver em nosso dia-a-dia.
A AI encaminhou às autoridades governamentais de todos os países denunciados algumas sugestões para, ao menos, amenizar o problema da violação dos direitos humanos.
Basicamente, todas as recomendações têm como foco central o esforço de eliminara impunidade daqueles que praticam atos arbitrários. A garantia da impunidade é o mais poderoso estímulos à prática das violações. Por exemplo, até agora ninguém foi punido pelo massacre do Carandiru. O que impede, nesse quadro, a prática de outros Carandirus?

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