UE patina no desemprego e busca saídas na ampliação geográfica
Após Maastricht (fevereiro de 1992), a economia européia afundou na recessão, seu sistema monetário está em desordem e o desemprego ativou tensões sociais. Perplexa, a Europa dos Doze incorpora novos sócios
Os tempos da euro -euforia já parecem tão distantes quanto os ecos das comemorações pela queda do Muro de Berlim. O Tratado de Maastricht, de fevereiro de 1992, assinalou o zênite da euforia europeísta. A moeda única, uma política externa e de defesa comuns – essas metas sintetizaram a estratégia de Bruxelas para o horizonte aberto pelo fim da Guerra Fria. De lá para cá, a economia européia afundou na recessão, a valorização do marco alemão lançou o sistema monetário comum na desordem e o desemprego estrutural ativou as tensões sociais.
Antes do terceiro aniversário de Maastricht, a Europa do Doze navegava na desesperança.
Na França e na Itália, as taxas de desemprego continuam a crescer depois de superar a barreira dos 10%. Grã-Bretanha e Alemanha parecem seguir o mesmo caminho. Na Espanha, um em cada quatro adultos esta alijado do mercado de trabalho. Diante disso, a UE força uma fuga para frente, através do alargamento geográfico da comunidade: 1994 foram firmados acordos de adesão da Áustria e dos países escandinavos (Suécia, Noruega e Finlândia). A partir de 1995, a nova Europa dos Dezesseis terá que enfrentar os pedidos de ingresso oriundos do leste e decidir se abre suas portas para os países do antigo bloco soviético.
No plano político, velhos impasses europeus, congelados há décadas, começaram a ser desatados.
Na Itália, as eleições gerais de março detonaram a Democracia-Cristã, cujo reinado dissolveu-se nos escândalos da corrupção. Contudo, o novo mapa político revela a ascensão da direita e embute ameaças para a própria unidade do país. Na Grã-Bretanha, depois de um ano de esperanças e decepções, a “suspensão completa” das atividades militares anunciadas pelo IRA (Exército Republicano Irlandês) em agosto abriu o caminho para a paz nas províncias do Ulster. A iniciativa do IRA transfere para a mesa de negociações o conflito entre católicos e protestantes e isola o ETA basco na condição de último bastião do euro-terrorismo.
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