Crises retardam a recuperação do antigo bloco socialista
Conflitos étnicos e dificuldades na transição de economias centralizadas para sistemas de mercado são os principais obstáculos nas repúblicas da antiga União Soviética e do Leste europeu
A queda do Muro de Berlim, em outubro de 1989, inaugurou uma nova era para o mundo, especialmente para a Europa do Leste. Cinco anos depois desse evento, as dificuldades econômicas e as incertezas políticas estão minando as estruturas dos países que compunham a Cortina de Ferro.
Na Rússia e em certas repúblicas da antiga União Soviética (Cáucaso, Moldova, Ásia Central, Ucrânia), conflitos e tensões, aparentemente, foram se acomodando ao longo de 1994, mas sem encontrarem soluções definitivas. Na Rússia, a crítica situação econômica (que atinge também as outras repúblicas) não levou, como muitos temiam, à implosão do país. Ieltsin, apoiado pelo Ocidente, e livre de uma oposição interna mais combativa, pode imprimir uma linha dinâmica em sua política externa, tornando a Rússia importante interlocutora em questões como guerra civil na Bósnia.
Nos países da antiga Europa Oriental vários problemas persistiram ao longo de 1994. O principal diz respeito às dificuldades em se passar de uma economia durante muito tempo centralizada para uma economia de mercado. A Hungria e Polônia estão numa situação um pouco melhor, enquanto que Albânia, Bulgária e Romênia apresentam enormes problemas.
Além disso, vários países da região abrigam minorias nacionais que exigem tratamento não discriminatório, gerando tensões internas e externas.
É o caso de minorias húngaras existentes na Romênia, Eslováquia e Sérvia.
A crise mais grave continua a se desenrolar na Bósnia, que desde março de 1992 está envolvida numa sangrenta guerra civil. Embora a intensidade dos combates tenha diminuído no segundo semestre, uma solução política ainda parece distante.
Sempre, uma das partes envolvidas (muçulmanos, sérvios e croatas) não aceita algum item dos inúmeros acordos tentados. A última tentativa propõe a formação de uma federação muçulmano croata que ficaria com 51% do território. A área restante ficaria com os sérvios que, de fato, dominam 70% da região. A intransigência dos sérvios da Bósnia em aceitar esse acordo fez com que os mesmos ficassem totalmente isolados na medida que perderam o apóio da Sérvia.
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