quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

O Meio e o Homem- Estreitos realçam posição estratégica dos Países

O Meio e o Homem-  Estreitos realçam posição estratégica dos países
Nelson Bacic Olic
Em março, Washington afirmou ter detectado uma inusitada concentração de foguetes e peças de artilharia do Irã junto ao estreito de Ormuz. A notícia causou preocupação, por uma razão óbvia. Os estreitos são canais naturais ou braços de mar que unem dois mares ou duas partes de um mesmo mar. Por serem acidentes geográficos onde as rotas marítimas se estreitam, eles sempre tiveram grande valor estratégico e foram objeto de disputa geopolítica.
O estreito de Ormuz, em particular, é um corredor de escoamento do petróleo vital às economias contemporâneas -sobretudo, da Europa, das Américas e do Japão. Os petroleiros que deixam o Golfo em direção a essas regiões passam, necessariamente, por  vários pontos de “estrangulamento” da navegação: além do estreito de Ormuz, o de Bab el Mandeb, o Canal de Suez e o estreito de Gibraltar (v. o mapa). Esses locais realçam a posição geográfica de países como Irã, Omã, Somália, Egito, Marrocos e Espanha.
Outros estreitos têm mais importância militar do que comercial. É o caso de Bósforo e Dardanelos. Dominados há séculos pelo Império Otomano, mais tarde Turquia, eles unem o mar Negro ao Mediterrâneo (mar Egeu). Eles sempre estiveram na mira dos russos, que desde Pedro o Grande querem encontrar saídas mais amplas para mares quentes. Essa é uma das razões -provavelmente, a principal que explicam a integração da Turquia à Otan.
Os conflitos no Oriente Médio prejudicaram, muitas vezes, a navegação através dos estreitos e canais da região.
Por quase uma década, o Canal de Suez ficou interditado à navegação, como conseqüência da Guerra dos Seis Dias (1967). Durante a guerra Irã – Iraque (1980-88), os iranianos minaram o estreito de Ormuz, causando o naufrágio de de dezenas de petroleiros.
Com o recente anúncio do governo Clinton de promover um embargo econômico total ao Irã, acusado de abrigar e financiar grupos fundamentalistas islâmicos, o Irã poderia retaliar -talvez, minar as águas do estreito de Ormuz.

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