Não é só uma questão de ir bem no Vestibular. Durante muito tempo, o Brasil cultivou o folclore de que na “terra abençoada por Deus’’ não existia nenhum dos problemas que costumam afetar terras menos abençoadas. Desgraças naturais -exceto por uma ou outra enchente - jamais afetariam o país da praia e do sol. Guerras e violência não manchariam com sangue o país do futebol, da cervejinha e do carnaval. Racismo? No Brasil?
Nem pensar! Mas, cada vez mais, o folclore desaba em face das evidências infelizmente sombrias. Mesmo sem terremoto, a crise econômica evidencia a pobreza e a violência nas grandes cidades - que o digam Carandiru, Candelária, Vigário Geral. A fome, apesar de Betinho, atinge proporções insuportáveis – em Olinda, uma mulher faminta se alimenta de pedaços de cadáveres humanos. Pululam os “nossos” neonazistas, os trombadinhas, as menores prostitutas, viceja a truculência policial, e... E aí? Como é que isso tudo pode acontecer num país tão rico e lindo? Os cidadãos relapsos, os governos incompetentes e os políticos corruptos têm culpa. Mas não toda culpa. Acontece que o Brasil está no Mundo. É impossível entender o que acontece aqui sem dar ao menos uma olhadinha no que se passa lá fora. No fim, o Brasil segue a tendência mundial, e isso tem tudo a ver com todos os brasileiros, com você. Como você se situa? “Se oriente, rapaz”, recomenda, sabiamente, Gilberto Gil. Então, olhe para o Mundo.
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