quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Bacia do Pacífico- Apesar de clima Otimista, tensões turvam perspectivas de Crescimento

Desequilíbrios regionais na China, escândalos no Japão e hostilidades entre as Coréias desafiam previsões de que a região poderá ser o “centro do mundo” no século 21
 Há quase dez anos começou a se falar que o século 21 seria do Pacífico. A região desbancaria o Atlântico que, durante séculos tinha sido o “centro” do mundo. Esse otimismo era justificado pelos altos índices de crescimento econômico exibidos pelo Japão, China e “tigres” asiáticos.
Apesar desses dados, a evolução da região aponta para tensões e instabilidades políticas.
O Japão, apesar da aparente superação de problemas econômicos recentes, ainda vive certa instabilidade resultante dos escândalos de corrupção que  envolveram  políticos tradicionais. Externamente, o fim da Guerra Fria obrigou o país a reavaliar suas relações com os EUA e assumir novas responsabilidades internacionais. O Japão se comporta cada vez mais como líder econômico, mas essa liderança tem que ser cautelosa. Seus vizinhos, quase sempre inimigos históricos, relembram as práticas imperialistas desenvolvidas por Tóquio antes da Segunda Guerra.
O desenvolvimento político da China também preocupa. Desde o início dos anos 80, seu crescimento tem sido surpreendente. Mas, até quando serão conciliáveis a abertura econômica e a ditadura do PC? As Zonas Econômicas Especiais (ZEEs) causam crescente desequilíbrio entre o litoral (onde estão localizadas), e o interior “próximo” (pobre e agrário) e o interior “periférico” (Tibet e Xinjiang), pobre, não-chinês e quase despovoado. Mesmo a China litorânea tem velocidades diferentes de crescimento entre o norte – mais ligado ao Japão e centro de relações comerciais diversificadas – e o sul – ligado a Hong Kong, Taiwan e à diáspora chinesa do Sudeste asiático.
Esses desequilíbrios podem levar a importantes tensões separatistas. Além disso, a China nunca arquivou seus projetos de potência regional. E como possui armas atômicas e históricos problemas de fronteira não resolvidos (com a Índia e Rússia, por exemplo), certas situações podem se tornar perigosas.
Mas não é só. Há, ainda, a questão das crises cíclicas entre as duas Coréias, e as presenças ainda importantes dos EUA e da Rússia na região.

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