domingo, 18 de dezembro de 2011

Pequeno relato biográfico

João Guimarães Rosa nasceu em Cordisburgo (MG) a 27 de junho de 1908 e era o primeiro dos seis filhos de Francisca com o comerciante e juiz-de-paz  Florduardo Pinto Rosa. Com menos de 7 anos, Rosa começou a estudar francês sozinho; aos 9, iniciou um curso de holandês e, em Belo Horizonte, onde cursou o Colégio Arnaldo, aprendeu o alemão. Em 1925, com 16 anos, matriculou-se na Faculdade de Medicina da UMG.
Estreou nas letras, em 1929, com quatro contos, todos premiados e publicados com ilustrações pela revista O Cruzeiro.
Em 27 de junho de 1930, ao completar 22 anos, casou-se com Lígia Cabral Penna, que lhe deu duas filhas: Vilma e Agnes.
No mesmo ano, formou-se em Medicina.
Iniciou a carreira profissional em Itaguara, município de Itaúna (MG), onde permaneceu  dois anos. Manteve relações com a comunidade local, tornando-se amigo de curandeiros e espíritas. Rosa era supersticioso e místico. Acreditava na força da lua, nos poderes da umbanda e da quimbanda, dizia que pessoas, casas e cidades possuíam fluidos positivos e negativos, que influíam nas emoções, nos sentimentos e na saúde de seres humanos e animais.
Durante a Revolução Constitucionalista de 1932, Rosa trabalhou como voluntário na Força Pública. Em 1933, serviu em Barbacena, como Oficial Médico do 9º Batalhão de Infantaria.
Por meio dos relatos de velhos milicianos, e de pesquisas que fazia nos arquivos do quartel, Rosa travou contato com a prática do jaguncismo na região do rio São Francisco. Gradativamente, foi se afastando da medicina, até prestar concurso para o Ministério do Exterior, iniciando a carreira de diplomata. Em 1938, foi nomeado cônsul em Hamburgo, onde conheceu Aracy de Carvalho, sua segunda mulher. Na Alemanha, correu sérios riscos para proteger e facilitar a fuga de judeus perseguidos pelo nazismo.
O tempo todo, manteve  vínculos com a literatura. Em 1936, sua coletânea de poemas Magma recebeu o prêmio de poesia da ABL. Um ano depois, concorreu ao prêmio Humberto de Campos, com o volume intitulado Contos, que em 1946, seria transformado em Sagarana. Após a volta ao Brasil, em 1952, Rosa fez uma “reportagem poética” no Mato Grosso, Com o vaqueiro Mariano. Em janeiro de 1956, lançou Corpo de Baile; em maio, foi a vez de Grande Sertão: Veredas. Polêmico, o livro provou-se um sucesso comercial, além de receber três prêmios nacionais. Rosa foi comparado, pela crítica, aos melhores romancistas brasileiros.
Em maio de 1963, candidatou-se pela segunda vez à ABL (a primeira, em 1957). Foi eleito por unanimidade, em 8 de agosto. Mas, atormentado por pressentimentos, Rosa preferiu não marcar a data da posse. Em 1967, publicou seu último livro, Tutaméia. Em 16 de novembro daquele ano, o autor decidiu assumir a cadeira na ABL. No discurso de posse, feito em tom emocionado, afirmou: “...a gente morre é para provar que viveu.” Três dias depois, faleceu subitamente, em seu apartamento em Copacabana, aos 59 anos.

História e Cultura n° 3 Ano 2

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