sábado, 31 de dezembro de 2011

POPULAÇÕES EM CONTRAÇÃO

Nosso Planeta possui cerca de 6,5 bilhões de habitantes.
Mantendo-se as atuais tendências demográficas, o mundo passará ter aproximadamente 9 bilhões em 2050.
Metade do crescimento populacional terá como responsáveis apenas nove países (Índia, Paquistão, Bangladesh, Nigéria, República Democrática do Congo, Uganda, Etiópia, China e Estados Unidos). Com exceção dos Estados Unidos que terá um crescimento expressivo por conta da imigração, todos os demais países são considerados pobres ou muito pobres.
Por outro lado, cerca de 50 países, em sua maioria considerados desenvolvidos,  como Alemanha, Itália e Japão perderão população até 2050. A Rússia representa um caso emblemático de contração demográfica. A sua singularidade aparece nitidamente no espelho comparativo oferecido pelo Japão.
Excetuando-se o período da Segunda Guerra Mundial (1939-45), o Japão só começou a apresentar diminuição absoluta de sua população entre 2004 e 2005. A perda populacional nesse período foi de aproximadamente 20 mil habitantes.
Essa diminuição, prevista desde a década de 70, tem como causas a queda da taxa de natalidade a níveis muito baixos e um discreto aumento da mortalidade.
Possuindo um dos mais elevados padrões de vida do mundo, os casais japoneses têm cada vez menos filhos, enquanto cresce a expectativa de vida. Hoje o país está entre aqueles com maior participação de indivíduos idosos em relação à população total. Esse segmento etário é mais suscetível a determinados tipos de doenças, especialmente gripes. A diminuição da população nipônica nada mais é que um dos sintomas do seu alto nível de desenvolvimento.
O caso da Rússia é bem diferente. A diminuição da população russa é mais antiga e muito mais expressiva que a japonesa. Nos últimos dez anos a população da Rússia encolheu em cerca de 5 milhões de indivíduos. Hoje, ela é de 143 milhões e, mantidas as tendências demográficas, ficará reduzida a 120 milhões ou menos em 2050. As causas dessa sangria populacional são a queda pronunciada da natalidade, o aumento da mortalidade e a emigração.
Na época da União Soviética, de maneira geral, os jovens casavam com pouco mais de 20 anos e logo tinham filhos. Hoje, o casamento é adiado ao máximo.
Mas a natalidade é também contida, e muito, pelas dificuldades econômicas que se acentuaram após o fim da União Soviética, em 1991. A caótica transição para a economia de mercado provocou ampliação do desemprego, rebaixamento dos salários, déficit crônico de moradias, aumento do custo de vida e dos serviços de saúde. Segundo o Banco Mundial, 20% da população russa vive abaixo do nível de pobreza, recebendo o equivalente a R$ 90,00 por mês.
A elevada mortalidade na Rússia não está ligada aos efeitos decorrentes do expressivo número de idosos, como no Japão, mas à elevada taxa de mortalidade precoce entre indivíduos do sexo masculino pelo consumo de álcool e tabaco e pelas tensões ligadas à prolongada crise econômica e social. O contraste é brutal: a expectativa de vida de um russo está em 59 anos, enquanto a de um nipônico atinge 79 anos.
Desde a desintegração da União Soviética, muitas pessoas de origem russa que viviam em outras repúblicas soviética retornaram para a pátria-mãe. Ao mesmo tempo, milhões de russos deixaram o país em busca de melhores condições de vida, principalmente em países da Europa Ocidental, Estados Unidos e Israel. Hoje, o saldo migratório russo é praticamente nulo mas, nos últimos dez anos, cerca de 5,5 milhões de cidadãos abandonaram o país.
Curiosamente, tanto o Japão quanto a Rússia lançaram programas semelhantes, que recompensam financeiramente os casais dispostos a gerar mais filhos.
Boletim Mundo n° 4 Ano 14

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