quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Américas: EUA Reformulam Estratégia de Dominação

Washington revela o predomínio de interesses de superpotências sobre a retórica de defesa da democracia.
O fim da Guerra Fria descortinou um novo interesse dos Estados Unidos pelo continente americano.
As estratégias operadas a partir de Washington atualizaram, no fim do século, as velhas políticas hegemonistas do século XIX sintetizadas na Doutrina Monroe (1823). A América para os americanos – esse princípio retorna ao centro da política externa da superpotência do norte.
A América Central e o Caribe formam a esfera prioritária das políticas continentais dos EUA: trata-se da fronteira sul, marcada pela instabilidade política, a pobreza e a pressão migratória. O México, espaço – tampão entre a América Anglo-Saxônica e a América Latina, foi integrado ao Nafta (Acordo para o Comércio Livre na América do Norte), lançado em agosto de 1992.
Essa operação destina-se a intensificar os investimentos industriais e as exportações americanas para o México e, ao mesmo tempo,conter a pressão imigratória sobre a fronteira dos Estados Unidos.
Cuba, tradicional foco de atenção americana no Caribe, inicia uma transição de futuro incerto. O regime castrista, acossado pelo desmantelamento da economia estabilizada desde o fim da ajuda soviética, deflagrou reformas econômicas que liberaram a posse de dólares pela população. Com isso, a economia da ilha tende a se ligar ao pólo de Miami, onde vivem 900 mil cubanos anti-castristas. A tentativa de salvar o sistema político de partido único parece cada vez mais utópica.
Na América do Sul, as políticas de Washington são seletivas. As boas notícias são o Chile e a Argentina, que completam ajustes econômicos moldados pelas instituições financeiras internacionais e tendem a se ligar fortemente à zona do Nafta. As más notícias procedem do Peru e da Colômbia. O auto-golpe do presidente Alberto Fujimori, a pretexto de combater a guerrilha do Sendero Luminoso, revelou o cinismo da diplomacia de Washington, que sustenta uma ditadura cívico-militar. Os cartéis da droga, com sede em Medellín e Cáli, continuam a agitar a Colômbia.

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