Mas o radicalismo islâmico ganha força entre os povos árabes e em repúblicas ex – soviéticas da Ásia Central.
13 de setembro. Nesse dia, o mais importante do ano para a política internacional, foi assinado o acordo de princípios entre a OLP (Organização para a Libertação da Palestina) e Israel prevendo a autonomia palestina em parte dos territórios ocupados. Segundo o acordo, a Faixa de Gaza e a cidade de Jericó (Cisjordânia) terão uma autoridade política palestina em poucos meses, após a retirada das tropas israelenses. Em seguida, a autonomia se estenderá para o conjunto da Cisjordânia. Durante um prazo máximo de cinco anos, estará em discussão o estatuto definitivo dos territórios ocupados.
Dias antes da assinatura do acordo, Iasser Arafat, pela OLP, e o premiê Itzhak Rabin, por Israel, trocaram cartas de mútuo reconhecimento. O ato, histórico, abre o caminho para uma paz abrangente entre os dois povos. Mas esse caminho está cheio de armadilhas:
Israel reafirma a sua oposição a um Estado Palestino nos territórios e a qualquer discussão visando a alterar o estatuto atual de Jerusalém, cuja parte leste, árabe, foi ocupada com os outros territórios na Guerra dos Seis Dias (1967).
Além disso, permanece sem solução o problema dos milhões de refugiados palestinos – que deixaram a Palestina histórica em duas grandes levas, após a fundação de Israel (1948-49) e na Guerra dos Seis Dias – e a questão das colinas de Gola, território sírio ocupado por Israel.
Em todo o mundo muçulmano, a instabilidade política é crescente e forma um vivo contraste com as perspectivas de paz abertas pelo acordo OLP-Israel. A fonte dessa instabilidade reside na emergência do radicalismo islâmico. O fundamentalismo contemporâneo, entre os povos islâmicos, surgiu com a Revolução xiita de 1979 no Irã. Nos últimos anos, os movimentos radicais disseminaram – se pelo norte da África (Argélia e Egito), Oriente Médio (Líbano e territórios palestinos ocupados) e nas repúblicas ex-soviéticas da Ásia Central, especialmente o Tajiquistão. Nas fronteiras desse vasto arco, o fundamentalismo assusta a Europa mediterrânea e a Rússia.
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