Tratado de Maastricht entra em colapso, ameaçando desintegrar o eixo franco-alemão que alicerça a CEE.
Entre o inverno e o verão, a Comunidade Européia deslizou da euforia para o desencanto.
Euforia. Em janeiro, entrou em vigor o mercado único europeu, com a remoção das principais barreiras à circulação de mercadorias, capitais, serviços e pessoas no espaço comunitário. As chamadas “4 liberdades” constituíam a meta básica do Tratado de Roma de 1957, que instituiu o MCE (Mercado Comum Europeu). Simultaneamente entrou também em funcionamento o Espaço Econômico Europeu (EEE), que estabelece uma zona de livre comércio entre os Doze da CEE e seis países da AELC.
Desencanto. Em agosto, o castelo europeu foi abalado por um terremoto.
Na esteira de semanas de tensão nos mercados de câmbio, a Comunidade jogou a toalha, abandonando o mecanismo de taxas semi-fixas que regulava os valores das moedas nacionais. Esse evento, causado pela irresistível valorização do marco alemão, atingiu o número geopolítico da CEE, formado pelo eixo franco-alemão. Ele pode ter sepultado o Tratado de Maastricht, que prevê a adoção de uma moeda única comunitária até o fim da década.
No Ano Novo de 1992, a festa foi no Portal de Brandeburgo, em Berlim, onde se comemorou a reunificação da Alemanha, declarada em 3 de outubro de 1990. No Ano Novo de 1993, a festa foi em torno da Torre Eiffel, em Paris onde se comemorou a Europa. Entre Berlim e Paris, pode-se enxergar uma trajetória luminosa, que parte da dissolução do bloco soviético na Europa do leste e conduz à integração européia.
Pode-se, com mais razão, enxergar uma oposição: entre a Europa dos Doze e a Alemanha unificada. A primeira nasceu da divisão estratégica do continente promovida pela Guerra Fria; a segunda, do esgotamento da Guerra Fria e do desaparecimento da “cortina de ferro”. Nessa contradição repousa a crise da integração européia, que não é capaz de digerir a nova Alemanha e a nova Europa oriental pós-comunista.
cade os nome dos países?
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