quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Europa- Pós Socialista

ANTIGA URSS MERGULHA NO DESCONHECIDO
Fim da ditadura comunista liberou tensões étnicas que complicam o jogo de poder na Rússia e em toda a região.
O  vácuo político e ideológico aberto pela falência do comunismo está sendo preenchido pelos nacionalismos. A tragédia étnica balcânica contaminou a Europa com as imagens da barbárie. Em um vasto arco de repúblicas da antiga URSS, eclodem conflitos étnicos e nacionais. A Rússia, tragada pelo colapso das instituições de poder, experimenta a tentação da autocracia militar e do expansionismo.
Na antiga Iugoslávia, o entrelaçamento geográfico das etnias deflagrou o conflito.
A Bósnia – uma “Iugoslávia em miniatura”, habitada por mulçumanos e croatas – foi o palco central da catástrofe, que ainda não terminou. A provável criação de três Estados Bósnios, baseados em critérios étnicos, cristalizará o ódio e envenenará o futuro. A guerra continua latente na Croácia, onde foi instaurada uma auto-proclamada “república sérvia”.
Se existem populações sérvias disseminadas por quase toda a antiga Iugoslávia, também existem minorias russas espalhadas pelas antigas repúblicas soviéticas. Nos Estados Bálticos, leis discriminatórias atentam contra os direitos políticos dos russos étnicos. Na Moldova e na Geórgia, populações de origem russa protagonizam movimentos separatistas. O caos étnico – presente nos sangrentos confrontos entre Armênia e Azerbaijão e entre o governo da Geórgia e os separatistas da Abkhazia – pode envolver a Rússia em aventuras militares na sua conturbada  periferia .
No núcleo do antigo império vermelho, o impasse político ameaça precipitar um envolvimento militar. Na Rússia, esmagada pela decomposição da economia e a tormenta no perímetro externo, é cada vez mais premente o risco do putsch militar.
Então estaria aberto o caminho para a destruição da frágil transição democrática, sob o argumento da necessidade do restabelecimento da autoridade, e para a recentralização nacionalista do império, baseada no apelo às glórias multiseculares da “Grande Rússia”.

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