segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Guerra e Paz na Palestina- Disputa que Dilacera Oriente Médio mantém abertas Feridas Milenares

Criação do Estado de Israel, em 1948, detonou o conflito atual numa região que abrigou filisteus  e hebreus (os ancestrais de árabes e judeus), e que foi dominada por assírios, babilônios, persas, romanos, turcos e britânicos.
A Palestina, situada no Mediterrâneo Oriental, sempre foi uma região de contato entre os mundos árabe muçulmano, judaico e ocidental cristão.
Desde a criação do Estado de Israel (1948), seu domínio tem sido disputado por judeus, que alegam direitos históricos, e árabe palestinos, que se julgam com direitos adquiridos pela longa e contínua ocupação. Essa disputa é o centro da Questão Palestina.
Por volta do ano 2000 a.C., os hebreus (nome dos judeus na época) se fixaram na região, onde já viviam os filisteus (ancestrais dos árabes). Nos séculos seguintes, a região foi dominada por assírios, babilônios, persas e romanos. No início da era Cristã, os judeus, que haviam se revoltado contra o império romano, foram derrotados e expulsos – foi a Diáspora judaica. Apesar de perderam seu território, os judeus mantiveram sua cultura e a esperança de voltar à “Terra Prometida”.
A possibilidade de se criar um Estado judeu na Palestina só começou a se tornar concreta com o surgimento, em 1897, do movimento sionista. Nessa época, a Palestina pertencia ao Império Otomano. Com a extinção deste império, ao final da Primeira Guerra (1914-18), a região passou a pertencer à Grã-Bretanha. Nessa época, os judeus não eram mais que 10% da população total da Palestina. O estimulo sionista à migração judaica, as vacilações britânicas em conte-la e a perseguição movida pelos nazistas fizeram aumentar o número de judeus na Palestina, ao mesmo tempo em que ampliavam as tensões com a população árabe local. Ao final da Segunda Guerra, a imigração aumentou, piorando os conflitos entre as duas comunidades, e entre elas e a administração britânica. Esta passou o problema para a recém-criada Organização das Nações Unidas. Em novembro de 1947, a ONU propôs a partilha da Palestina nos Estados judeu e árabe . Os árabes rejeitaram, os judeus festejaram. Com a aprovação do plano pela Assembléia Geral da ONU, em 1948, os judeus proclamaram o Estado de Israel. Os árabes da Palestina e dos países vizinhos foram à guerra.
O conflito, vencido por Israel em 1949, mudou a configuração territorial. O Estado  árabe-palestino desapareceu – parte dele foi tomada por Israel, a Cisjordânia foi incorporada à Jordânia, e a Faixa de Gaza ao Egito. Aos palestinos restou a alternativa de viver em Israel (como cidadãos de segunda categoria) ou nos países árabes, quase sempre em campos de refugiados.
As décadas seguintes foram marcadas por três grandes conflitos (1956, 67 e 73), dos quais o mais importante foi a Guerra dos Seis Dias (junho de 67), quando Israel incorporou a Península do Sinai e a Faixa de Gaza, a Cisjordânia e as Colinas de Golã da Síria. A Península do Sinai foi devolvida ao Egito em 1979, por força dos acordos celebrados em Camp David (EUA). As Colinas de Golã  ainda estão sob domínio israelense, mas conversações com a Síria sinalizam a possibilidade de sua devolução.Em setembro de 1993, finalmente, o acordo histórico entre Israel e a Organização para Libertação da Palestina (OLP) estabeleceu o reconhecimento mútuo do direito à existência, e criou as bases para a eventual resolução da Questão Palestina.

Nenhum comentário:

Postar um comentário